E daí?

Daí que não se cura vírus com decreto. O COVID-19 não se assusta com berros.

Daí que a gente deveria aprender com a experiência alheia. Quando a economia de todo um planeta é alterada, não pode ser uma simples invenção de algum país.

Daí que é verdade que nem todas as nações podem combater seus problemas da mesma forma. É possível que parar radicalmente o Brasil trouxesse mais destruição. Mas o MÍNIMO que as pessoas precisam ouvir é a verdade, que é uma doença séria e que mata. E que precisa haver algum protocolo de segurança a ser seguido, como o uso de máscaras, luvas ou algum outro tipo de proteção. Não é uma gripezinha e não afeta apenas idosos ou pessoas fragilizadas.

Daí que o resto do mundo está evitando aglomerações, o Brasil está promovendo passeatas, carreatas e manifestações, com apoio do seu principal governante.

Daí que não entender as proporções do alcance desse problema é ignorância. Entender e ignorar é genocídio.

Daí que pessoas inteligentes mudam de ideia, prepotentes e loucos querem apenas ter razão.

Daí que quem tem alguma condição ou melhor informação e pode estar em casa está sendo acusado de covardia ou preguiça.

Daí que o mundo está se unindo para vencer um inimigo real: o vírus! O Brasil está se dividindo e impondo absurdamente uma ideologia e uma classe social a uma doença.

Daí que a população está perdida e desgovernada. Não sabe o que seguir ou acreditar e isso está custando sangue. Tem muita gente morrendo desnecessariamente.

Daí que a imprensa é tendenciosa sim, mas melhor ter alguma que possamos reclamar do que nenhuma. Independente da tendência em que se mostre, o vírus é real, as mortes são reais, não estão sendo inventadas por alguma cadeia de televisão.

Daí que quando se elege um presidente não se assina um cheque em branco. Isso foi dito sobre a oponente anterior e segue se aplicando.

Daí que a independência dos três poderes existe para garantir a soberania de uma nação, não apenas seus próprios privilégios.

Daí que a força militar de um país está para proteger o Estado, não para zelar pelas vontades de uma única família.

Daí que um ditador manda, um presidente lidera.

Sobre generosidade e gratidão

Sinto que ando meio monotemática, né? Acho que todos estamos um pouco, faz parte do momento atual. Parece que tudo gira em torno do tal COVID-19. Difícil não pensar que estamos ainda no centro de uma pandemia e tentando entender como devemos nos posicionar.

Nos aproximamos de quase 50 dias em distanciamento social e, como escrevi anteriormente, no início foi bem mais difícil que agora. Meu tom era muito mais sério, acreditava e sigo acreditando que estamos em período de guerra. Mas como costumo pensar, uma guerra não se vence em um dia, são várias batalhas que devem ser celebradas. Perdemos algumas, mas estamos ganhando e realmente acredito nisso. Gosto de frisar esse fato, porque para quem começou depois de nós e possa estar numa fase depressiva, é sempre bom ouvir que as coisas podem melhorar.

Tenho observado uma coisa bacana que é o fato de muitas pessoas estarem compartilhando de tudo com os demais, desde habilidades e dicas a máscaras ou comida. Verdade, que há quem aproveite o momento como uma oportunidade de negócio, o que não vejo como nenhum problema, por que não? Para que julgar? As pessoas seguem precisando pagar suas contas. Mas também percebo, em grande parte, uma generosidade genuína.

Em contrapartida, me sinto muito grata por tudo que tenho conseguido aprender e receber nesse período. É um fôlego de esperança ver tanta gente se esforçando para dar o seu melhor, ou para si mesmo, ou para sua família ou para completos estranhos.

Isso me dá muita vontade de oferecer alguma coisa também, como uma vontade de não romper a corrente. Acho que no início, quando não estava tão bem, não enxergava o que poderia oferecer. Talvez fosse realmente um momento em que precisasse receber mais, pedir mais, o que para quem me conhece, sabe que me é muito mais difícil. Mas até essa lição de humildade me veio bem a calhar. Porque eu recebi bastante e sou grata.

Então, talvez tenha chegado minha vez. E antecipo que honestamente não tenho nada tão extraordinário para oferecer. Porém, me ocorreu que, quem sabe o que muita gente precise seja mesmo ouvir coisas simples, dicas rotineiras ou um mero reforço de outra pessoa que esteja fazendo coisas parecidas ou sentindo algo semelhante. É bom a gente se sentir parte de algo, saber que não somos os únicos a pensar de determinada forma.

Para algumas pessoas, foi importante criar rotinas em casa. Tanto em horários, maneira de se vestir etc. Acho super válido! No nosso caso, isso não foi tão impactante, porque as minhas principais atividades eram mesmo praticadas em casa; e Luiz, há quase um ano vinha trabalhando bastante em “home office“. Ou seja, acredito que seja um passo que ajude de modo geral, só que já havíamos dado.

Muita gente também aproveitou para arrumar casa, armários, fazer limpeza… Veja bem, acho que funciona para alguns, para mim, não. Sou minha própria faxineira há anos! Vida européia, lembra? Não me queixo em fazer, mas são atividades que não estavam atrasadas em casa e não me proporcionam nenhum prazer. Num momento de privação, fazer algo que sempre achei chato não me ajudou nada!

Daí busquei uma atividade que gosto de fazer: amo cozinhar! A comida na nossa casa sempre foi nosso maior luxo! Então, pronto, algo que me dava o maior pazer! Claro que o cardápio aqui ficou um escândalo! Bom por um lado, porque serviu de compensação; e mau por outro, exatamente porque também serviu de compensação. Não estamos passando nenhum tipo de privação na categoria gastronômica, e sou muito agradecida por conseguir fazer compras regularmente, de ingredientes importantes e frescos. Que nunca nos falte!

E se eu cozinhava bem, e modéstia às favas eu cozinho pacas, estou matando a pau! Isso sem falar dos vinhos, né? Que para mim entram na categoria alimentação da mesma maneira!

Entretanto, é verdade que, além da alimentação saudável, também estamos comendo todo tipo imaginável de besteiras: pizza (que eu nem gosto!), chocolates (adoro!), pão (gosto, mas não costumo comer), bebidas (antes só nos finais de semana), carboidratos à vontade (com tanta gente chata no mundo, vou cortar logo carboidrato da minha vida?), tira-gostos, bacon, embutidos etc. Deu vontade, a gente come!

Lógico que engordamos! Estou me sentindo uma cadela Shar-pei, cheia de dobrinhas! E o que ainda não sei se é bom ou mau, não estou infeliz com meu corpo.

Mas sei que não é legal seguir assim. Funcionou bem para trazer alegria, e trouxe, porém tudo que sai do equilíbrio não é bacana. Sinto que é hora de, não digo cortar de uma vez, mas entrar no eixo. Paciência! Esse setor da vida ainda está em fase de aprimoramento!

Exercício físico: putz, que dificuldade! Estou tentando, mas tá foda! Não vou desistir, mas estou longe do ideal, sei que é algo que ajuda muito em todos os sentidos e preciso dar um jeito de recriar o hábito. Fico me iludindo que quando as “fronteiras” se abrirem novamente será uma ótima motivação, mas no fundo, sei que esse chip precisa ser instalado na minha cabeça antes.

E por falar em hábitos, o que tem me ajudado EXTREMAMENTE (com letras garrafais) é fazer meditação. Sério, está mudando minha vida! E foi uma das coisas que precisei de ajuda. Não costumo citar nomes no blog, mas faço algumas exceções quando acho que pode ajudar tanto quem oferece, quanto quem procura, então citarei alguns, vamos lá.

Fazer meditação é algo presente desde a adolescência, quando fiz um curso chamado “Silva Mind Control“. Foi a primeira vez que ouvi falar a respeito e achei muito bom aprender algumas metodologias. Mas não vou mentir, não são práticas que usei continuamente, é algo que esquecia por anos… depois fazia por um tempo… depois esquecia… e por aí vai!

Acho que pelo meio do ano passado, senti a necessidade de voltar a meditar. Comecei a desenvolver esse hábito ao acordar, antes de me levantar. Era um pouco complicado, porque com Luiz trabalhando de casa, era difícil não me desconcentrar com sua voz nas suas reuniões, ele não fala muito baixinho. Fora o fato dele resolver entrar no quarto pela manhã para me dar bom dia e me interromper diversas vezes no meio da história! Tive a feliz ideia de começar a ouvir música relaxante durante a meditação. Foi ótimo! Primeiro, porque se tem música no quarto, ele não entra para me interromper, ou pelo menos, não fala comigo. Mas, principalmente, porque descobri que alavancava minha capacidade de concentração. E, mesmo quando não estava meditando, colocava a mesma lista de músicas no fundo e isso me tranquilizava instantaneamente. Não era perfeito, afinal, tudo na vida é prática e força de vontade, mas funcionava relativamente.

Quando estourou a pandemia e tivemos que ficar em casa, a depressão me bateu. Eu precisei muito, primeiro, reclamar. Acho que precisava colocar a pressão para fora! Cada vez que ouvia que eu era uma privilegiada por estar na situação que estávamos, por saber que havia gente bem pior e blá, blá, blá… me irritava mais! Era como se eu não tivesse o direito de me aborrecer por nada, afinal, sempre haveria gente pior!

O que eu precisava era ter o direito de estar triste, de estar aborrecida, frustrada, irritada, com medo, preocupada… enfim, aceitar que eu tinha problemas ou como costumo dizer, chamar meus demônios pelos seus nomes!

Pois reclamei, escrevi, coloquei para fora! E foi ótimo! Porque no minuto seguinte em que parei de precisar negar o que me perturbava ou minhas “fraquezas”, estava pronta para fazer algo mais profundo a respeito.

Agora vamos falar das maluquices! Tenho consciência do quanto pareço séria, mas de perto, sou doida de pedra! Então, eu sempre me regulo pelos extremos. Não tenho um pingo de juízo, portanto, preciso ser super responsável, ou me mato em algum exagero. Sou completamente distraída, mas muito mesmo, por isso, preciso de foco absoluto para cumprir tarefas. E ainda por cima, completamente controladora, o que me fez desenvolver uma disciplina tibetana ou me perco!

No meu dia-a-dia normal, trabalho com duas ou três telas de computador abertas. Provavelmente, haverá uma onde estarei escrevendo textos para o blog ou potenciais livros, outra com jornais, índices das bolsas de valores e “trocentas” planilhas abertas sobre nossa vida financeira em três países, outra com whatsapp e mensagens que vão desde fofocas da família a resolver pepinos de obras e inquilinos (claro, nunca no país em que estou), o celular na frente com o Instagram… tudo junto ao mesmo tempo, em idiomas diferentes e com o fone de ouvido escutando música barroca (geralmente, Mozart, que é muito produtivo!). Eventualmente, interrompida pelo meu gato, que quer deitar no lugar do teclado, ou pelo Luiz que quer fazer um intervalo do trabalho dele. Entre uma coisa e outra, faço a comida e arrumo a casa. Arrumar a casa… é meio nas coxas. Fazer a comida é meu momento de lazer, de certa forma, não deixa de ser um tipo de meditação.

Não contei isso para me exibir, mas para ilustrar o quanto sou control freak! Então, imagina essa pessoa que controla tudo, de repente entender que o mundo mudou e eu não sei mais se meus planos cabem no que vem pela frente. Tipo, para tudo! Fodeu!

Meu nível de ansiedade foi na estratosfera! Eu não tinha vontade de levantar da cama! Bianquita, esquece o futuro, esquece o passado, porque não há nada, absolutamente nada que você possa fazer agora a esse respeito. Ou eu aprendia a viver no presente, ou enlouquecia de vez!

Primeiro passo, voltar ao meu centro de equilíbrio! Como faço isso? Não sei, então, deixa eu olhar para dentro… ah, meditação é isso, não? Olhar para dentro! Beleza, decidi, entre outras coisas, focar na meditação. Acontece que tinha poucas ferramentas, uma ou outra técnica aprendida há anos ou coisas que eu lia… Ok, sozinha não vou muito longe, deixa procurar em volta.

Tenho uma grande amiga que é terapeuta transpessoal, tipo assim, na minha cara, né? E eu ralando sozinha por que mesmo? É a Katia Pattaro, que tem um canal no Youtube, chamado Círculo Consciente. Quem quiser saber mais a respeito, passa por lá, mas o que me chamou a atenção foi uma quarentena de exercícios diários para ajudar a desenvolver a atenção plena, Mindfulness Dia a Dia. Comecei a seguir e me ajudou bastante, porque tem me dado uma série de ferramentas para lidar com ansiedade, frustrações, enfim, situações presentes na vida de todo mundo, mas que ficam superdimensionadas em momentos como esse. E por isso, sou grata!

Segui com minhas meditações, todos os dias pela manhã, agora, com mais possibilidades.

Mas, ainda não era o suficiente, estava precisando de drogas mais duras, porque não queria apenas voltar ao eixo, queria ir mais além. A meditação tem uma dificuldade extra para mim, me distraio com muita facilidade e meus pensamentos são muito intensos, aliás, acho que tudo meu é intenso, né? Arrego! Sou dos extremos: ou hiper concentrada ou lararí larará! Estou me esforçando, melhorando essa capacidade, mas faltava algo.

Talvez o universo conspire, ou talvez estivesse prestando mais atenção… mas nesse ínterim, estou eu olhando o Instagram e vejo um aviso que meu ex-mestre do surdo estava entrando com vídeo ao vivo. Achei que seria algo relacionado à percussão e entrei, mas nada a ver! Na verdade, era uma vigília de mantras.

Oi? Vigília de mantras, o que é isso? Bom, não cabe a mim contar essa história, porque não é minha, mas resumidamente ele enveredou há alguns anos para o estudo de mantras, entre outras coisas, e nesse mesmo período também iniciou uma quarentena, onde todos os dias, às 18h30 do Brasil, passa alguma orientação sobre o assunto e canta determinados mantras em sânscrito.

Fiquei curiosa e, por instinto, achei que poderia ser bom para mim. Afinal, o que teria a perder em ouvir? Comecei a escutar bem quieta no meu canto, sem me pronunciar, tentando captar os mantras de ouvido e seguir. Obviamente, conhecimentos de sânscrito não são, digamos, exatamente meu forte, mas tudo bem, decidi não me cobrar, nem julgar, só segui o som e a energia. Por minha conta, fui buscar no google as letras, fiz uma “colinha” com fonte grande para eu enxergar sem óculos, coloquei meu despertador para o horário de início e comecei a frequentar todas as noites, completamente aberta a receber.

Quando me dei conta, estava eu, cantando em sânscrito, absolutamente concentrada. Na verdade, foi muito mais fácil para conseguir me concentrar. Em parte, porque estava mais preparada, talvez pelas ferramentas extras que estou aprendendo; em parte, porque queria de verdade e precisava; mas definitivamente, porque a vibração funciona para mim. E, hoje em dia, na minha vida, se algo funciona, nem quero me preocupar em buscar explicações complicadas, eu vou!

Ah, mas você não é ateísta? Sou. Ah, mas então, como você está cantando para deuses indianos? Com a boca. Ah, mas como alguém que não tem fé pode sentir a energia? Com o corpo, sinto fisicamente. Talvez seja mais difícil para mim do que para outras pessoas mais evoluídas, honestamente, nem me importa. Foi algo que me trouxe paz, pôs meus pés no chão. Melhorou minha capacidade de meditação, me tranquilizou não só durante a vigília, mas durante o dia, quando me pego várias vezes entoando mantras e, inclusive, me ajudou bastante a dormir, coisa que é muito difícil para mim. Por tudo isso, sou grata.

Pois muito bem, acho que acompanhava os mantras há um par de semanas e meu ex-mestre (aparentemente, atual também, né?) pediu um retorno das pessoas, o que estavam achando e tal. Imaginei que seria difícil você estar falando ao vivo com pouco retorno, no sentido que as pessoas te veem, mas você não sabe se elas estão conseguindo acompanhar, se tem dúvidas, enfim, até aquele momento, não havia pensado nessa possibilidade e ainda estava calada. Resolvi escrever para ele e contar mais ou menos essa história e dizer o quanto estava me ajudando.

Aliás, faço aqui um parênteses, isso está entre as coisas que estou tentando exercitar: dizer para as pessoas o que de bom elas me trazem. Muitas vezes, para não “incomodar”, a gente se omite. Talvez pelo medo da rejeição, ou de interromper, ou de ser mal interpretado, ou vergonha… Mas, na prática, todo mundo gosta de saber que ajuda, que faz algo bem, que importa para alguém… Eu também gosto, então, por que não compartilhar?

Voltando à história, resolvi escrever para ele e contar como estava me ajudando e o retorno foi muito bacana! Recebi mais orientações importantes, descobri que nem precisava ter feito minha “colinha”, porque ele já havia disponibilizado o material todo, enfim, foi muito bom! Foi legal também me sentir bem recebida no grupo, é importante a gente se sentir parte de coletividades, principalmente nesse momento de distância física entre as pessoas. Acabou que a esposa dele orienta meditação pela manhã, comecei a tentar seguir também, é um horário não muito fácil para mim, mas tento e igualmente está me ajudando. Fico mais atenta com alguém orientando. Outra vez, sou grata.

Para quem ficou curioso, a vigília de mantras está sendo feita no Instagram, diariamente às 18h30 do Brasil, o perfil é @mariomouraom. E a meditação matinal é feita pela esposa dele, às 6h30 do Brasil, no perfil @nandajank. Ambos os perfis são abertos à participação, claro, com o devido respeito a um trabalho sério.

Muito bem, já falei bastante desse lado meditativo, mas é porque realmente foi o que me deu a base para as mudanças pessoais que estou enfrentando, e acho que enfrentar é a palavra certa. Não tem sido fácil, é algo que tenho que me dobrar, mas cada dia é melhor. E acho que pode ajudar outras pessoas também.

Quando esse processo de mudança se iniciou, eu precisava de um ritual de passagem. Aliás, não só por isso, acho que nunca é uma coisa só. É sempre uma cadeia de fatos que leva aos inícios e finais de ciclos. No meu caso, foi no início da quarentena, quando raspei minha cabeça, escrevi um pouco sobre isso antes. Acho que marcos desse tipo nos ajudam a entrar no clima. Ninguém precisa sair por aí raspando a cabeça, é só um exemplo e que tenho observado se passar com outras pessoas. Cada um é capaz de encontrar seu próprio marco pessoal, mas com certeza é uma coisa que ajuda. É o índio que pinta o rosto de vermelho antes de ir para a guerra. Pode ser um batom vermelho também e tá beleza! O que importa é o que simbolize para você. É o seu ritual.

Pausa para gaiatice! Meio careca e meditando direto, tô uma monja budista, né? Nem vou falar que também meio gordinha dos excessos gastronômicos… porque aí é o cão chupando manga, mas tudo bem, seguimos!

A partir de todas essas iniciativas juntas, comecei a notar que minha vida melhorou, mas melhorou muito! Não tenho hora exata para levantar da cama, mas quando levanto é com vontade, é pronta para o dia. Ainda me distraio, às vezes, mas tenho mais ferramentas agora para me trazer de volta e faço um esforço contínuo para buscar a tal atenção plena. E quando vou dormir, estou em paz. De repente, me dei conta que consegui mudar mais de um hábito, numa tacada só. Não é fácil, ainda não é totalmente automático, mas tudo bem. E sou grata por haver me permitido tentar.

Tenho produzido bastante, mudei minha mesa do escritório, que dividia com Luiz para a sala, estou escrevendo com ritmo parecido a quando morava em Madri. Era o fato de caminhar nas suas ruas que me inspirava a contar histórias. Curiosamente, é justo quando menos ando agora que me bate onda similar de inspiração.

Ao ficar mais produtiva, meu humor melhorou horrores! O que imagino estar fazendo a vida do Luiz melhor. Achei que ele também ficou mais leve, pelos próprios motivos, mas talvez por um respiro do meu lado. Acho que uma coisa vai influenciando a outra.

Algo que também me ajudou bastante foi mudar a atitude de me ver presa. Comecei a notar que boa parte dos meus dias, estaria realmente em casa de qualquer maneira, independente de quarentena ou vírus. Então, por que esse momento deveria me incomodar tanto? Sei que não é a mesma coisa estar em casa porque quer e não porque precisa, mas ainda assim, se você pensar, por exemplo, durante à noite, você estaria dormindo na sua mesma cama de todo jeito. Se você dorme, sei lá, 8h por dia, mais uma ou duas horas para se arrumar e sair para o trabalho, ao invés de imaginar que está há 24h presa, você estaria apenas 14h, as outras 10h faziam parte da sua rotina. É psicológico, eu sei, mas para mim fez diferença. Eu tinha menos horas do meu dia para achar ruim estar em casa… e, de repente, tinha menos horas na semana para achar ruim estar em casa. Porque minha cabeça estava livre, minhas ideias estavam fluindo.

Se você não pensa assim, não tem problema nenhum! A gente não precisa concordar nem ser igual, só estou falando que quando não tem jeito, é possível buscar alternativas. E se não houver alguma opção, tudo bem se aborrecer e reclamar. Solta o ar, alivia a pressão e… calma, vai passar.

Outra coisa muito bacana! Estou retomando ou fazendo contato com gente que não teria possibilidade de encontrar pessoalmente com a mesma frequência. Levo vida de expatriada há muitos anos, lido bem com a saudade e as ausências, acredito que isso até me deu uma vantagem e estou sabendo aproveitar. Eu acho o máximo os encontros virtuais, adorei usar o tal Zoom! O Youtube faz parte importante da minha vida agora! Viva a tecnologia!

Todo sábado, assisto um concerto de um amigo músico de Madri. Já sou figurinha carimbada, não perco um! Acho uma delícia encontrar pelo chat os amigos de tantos anos ou gente que não conheço, mas aprendi os nomes que usam virtualmente. Aliás, faço a propaganda porque é ótimo! Informações no website dele, www.pitumusica.com.br. Sempre aos sábados, às 20h de Madri, a gente paga 3 euros pelo link de acesso e assiste mais de 2 horas de música boa ao vivo pelo Youtube, muitas vezes damos pitaco no repertório, não me sinto distante. Na verdade, lembra que não bato muito bem, né? Nesse dia, eu me maquio e me arrumo toda, coloco brinco, perfume, tudo de direito! Como se fosse realmente sair para o show! Preparo os aperitivos, escolho um vinho bom, canto junto… eu realmente curto o programa! E sou grata por isso.

Luiz, nem sempre assiste o concerto todo comigo, porque também é um dia que se reúne pelo Zoom com amigos do tempo de colégio (ou de algum outro grupo, ele tem mais de um, posso estar fazendo confusão). De toda maneira, fico eu na sala num concerto em Madrid e ele no quarto, com amigos de adolescência espalhados pelo mundo! De vez em quando, ele vem dar um oi na sala e no final da música, vou eu lá bater papo no grupo dele!

Domingo passado, toca o celular, uma amiga aqui de Londres, que normalmente me enviaria uma mensagem, me ligou com imagem pelo whatsapp, e aí, pode falar? Como não? Peraí que vou pegar meu vinho!

Não há o que substitua os abraços, não há comparações aqui! Mas a possibilidade de ver as pessoas e saber que estão bem, que estão lá e que parte do seu tempo gastam comigo é um privilégio! E sou grata por isso.

Ao meu redor, vejo frequentemente atitudes de generosidade. Médicos aposentados retornando como voluntários aos hospitais para atender; aluguéis não cobrados a comerciantes fechados; gente postando e compartilhando o que sabe fazer pelas redes sociais; ou compartilhando compras, máscaras, luvas; horários especiais nos supermercados para pessoas idosas ou que trabalhem no sistema de saúde; amigos que perguntam como você está sem ser de maneira retórica; gente que envia Reiki a completos desconhecidos diariamente; mães que apesar de preocupadas ou enlouquecidas inventam brincadeiras para os filhos com paciência de Jó; a alegria que é parar às 20h e ir aplaudir da janela… a lista é extensa! E talvez ande meio sensível, mas me dá vontade de chorar cada vez que penso nesses atos de tanto que acho bonito!

Como adiantei lá no início do texto, acho que nada do que contei é extraordinário ou novidade para a maioria das pessoas que está passando pela mesma ou similar situação. Mas, às vezes, é só uma questão do prisma em que se olhe, ou do momento em que se encontre.

Espero, de coração, que você esteja bem, ou esteja o melhor possível! E, se ainda não vê a luz no fim do túnel, calma, o pior pode até já ter passado.

E, por tudo isso, pela parte boa e pela ruim, posso finalmente dizer sem demagogia e em paz, que hoje sou grata!

Vírus não segue ideologia política!

Hoje é dia 31 de março de 2020, estou em quarentena desde o dia 07. Em princípio, quarentena (mais ou menos) voluntária e, logo após as duas primeiras semanas, em quarentena oficial.

Não, não é fácil. É melhor do que para muita gente e pior do que para outras pessoas. Exatamente como a vida era antes, desigual, mas não é fácil para ninguém. E não vim aqui julgar nem defender meu ponto de vista, venho apenas fazer um alerta. Porque eu mesma já mudei de ideia algumas vezes e não tenho certeza de nada. Francamente, acho que ninguém tem.

Não vejo essa crise com olhos românticos de arco-íris, como uma oportunidade para evoluirmos, para a terra descansar, para deixarmos de ser tão individualistas… e blá, blá, blá… Tampouco vejo motivo para pânico, não porque seja algo simples de se resolver, mas porque não temos alternativa diferente da que manter a calma. E, veja bem, não condeno quem pense dessa ou daquela maneira, cada um tem sua própria forma para tornar sua realidade mais tolerável, suas crenças, seus valores e, à essa altura, nem importa mais. Simplesmente, sou fatalista, acho que deu merda, ponto! E agora, como a gente faz para sair dela?

Uma vez, fui assistir a um jogo de futebol com Luiz, na arquibancada que é onde eu gosto, estádio lotado! Bem na nossa frente, do outro lado do campo, uma tragédia aconteceu. A grade da arquibancada cedeu e as pessoas começaram a cair. Lembro que no início não havia entendido que era gente caindo, achei que eram balões coloridos, quase achei bonito. Mas de repente, meu sorriso se desfez, era gente e era sério. Meu primeiro instinto de sobrevivência foi observar ao lado para me defender, buscar as rotas de fuga mais seguras, tive medo que as pessoas entrassem em pânico e começassem todas a correr ao mesmo tempo. Não teria resolvido o problema de quem já havia caído e poderia se converter em uma tragédia muito maior. Mas isso não aconteceu. Quem estava próximo ao acidente tentou ajudar, quem não podia ajudar, abriu o caminho e quem estava mais afastado da cena se sentou em silêncio. Como se houvéssemos sido treinados a vida inteira para isso. Sim, caríssimos, isso aconteceu em pleno Maracanã, jogo do Flamengo, povão mesmo! Imperou o bom senso e essa atitude, literalmente, salvou vidas.

É um pouco como me sinto agora, no início, achei que não era tão ruim; em seguida me dei conta da gravidade da situação. Até o momento, só posso agradecer não estar do lado da grade que despencou, abrir caminho e aguardar as instruções em silêncio o suficiente para ouví-las.

Tenho observado bastante, tudo, tentando entender, tentando decifrar os códigos, buscando analogias, tentando prever que passos tomar, que direção seguir. Mas acho que mais do que tudo, tenho aprendido a ouvir e ser resiliente.

A sensação que tenho é de estar vivendo a 3a. Guerra Mundial. Porque não tenho ilusões, já não importa de onde veio ou de quem é a culpa, estamos mundialmente nesse barco. Nunca imaginei que o que nos uniria a todos seria justo um inimigo comum. Menos ainda, que o enfrentaríamos vestidos com pijamas.

E, quanto a isso, o Brasil em especial tem uma enorme desvantagem, porque nunca viveu em campo um período de guerras mundiais. Temos algumas situações similares, quase que mini guerras civis e desorganizadas, mas é diferente. De certa forma, os tempos de guerra ainda estão no DNA europeu. Em situações assim, há uma tecla automática na cabeça das pessoas e elas sabem como se comportar. Sabe tiroteio no morro? As pessoas se jogam no chão imediatamente, crescem ouvindo que precisam fazer isso e o fazem quase que por instinto. É parecido em conceito. Levei um tempo extra para entender, por não ter sido criada aqui, mas estou aprendendo a me comportar em um período de guerra.

Aprendi rapidamente algo que ainda não entrou na cabeça dos brasileiros, vírus não segue ideologia! Não tem vírus de direita ou de esquerda, ele mata ou danifica igualzinho! Não se cura vírus na marra com discussão política! Vírus não é machista nem feminista! Vírus não tem preferência sexual! Vírus não respeita prazo eleitoral! Vírus não quer saber em quem você votou ou deixou de votar, muito menos quem você acha que é ou não idiota!

O brasileiro em geral está tratando uma situação de guerra da mesma forma com que trata suas preferências políticas, religiosas ou futebolísticas. Ao invés de se concentrar em uma solução, querem definir quem está certo.

E quem está certo? Vamos lá, no momento, há um presidente que acredita que algo capaz de mudar a economia do planeta não é mais que uma gripezinha; governadores absolutamente radicais que não medem as nuances e diferenças sociais existentes em função das suas próprias ambições pessoais; e há também as lideranças mudas, com medo de tomar algum lado que os atrapalhe o futuro político. De quebra, praticamente um golpe parlamentarista montado tentando buscar uma brecha a todo custo. Para mim, estão todos loucos! E até aí, morreu neves afogado em cuspe! Porque o que eu acho ou deixo de achar também não importa.

O que me ferra é ver as pessoas, ao invés de estarem se unindo e buscando soluções, estarem mais preocupadas em xingar os covardes que organizam carreatas ou os hipócritas que só ficam em casa porque não querem trabalhar… e tantos outros absurdos que me provocam vergonha alheia. Galera, não importa. Não importa se você votou certo ou errado, nem se o outro lado seria muito pior ou melhor… foda-se! O passado passou e o que vem pela frente vai precisar um pouco mais do que paixões pessoais.

A verdade é muito mais complexa e tem vários lados! O isolamento social tem se provado eficiente pelo mundo? Sim! É importante seguirmos essa linha? Fundamental! Podemos usar uma solução que funciona em países desenvolvidos e acreditar que vai funcionar igualzinho em países pobres ou em desenvolvimento? Hummm… sério!

Vou dar um exemplo. Na casa da minha mãe trabalha uma diarista há “trocentos” anos! Obviamente, ela não consegue ir até lá, porque não pode pegar o trem. Ah, mas minha mãe deve ser mais uma aproveitadora dessas que está mais preocupada em ter que fazer ela mesma o terrível trabalho de casa… Certo, então, ao invés de julgar tão rápido, deixa eu terminar a história. Minha mãe estava tentando pagar as diárias, mesmo sem ela ir e sem fazer o trabalho, afinal, o marido dela está desempregado e sem o valor da faxina, a família não come! Lindo, né? Só um detalhe, a diarista simplesmente não tem conta bancária! Como é que faz? Você acha que essa é uma exceção? Porque eu acho que é a regra.

E, por favor, esse é só um exemplo! Não estou definindo que o comportamento do país precise ser assim ou assado exclusivamente considerando a diarista da minha mãe, ok? Tem gente irresponsável sim, tem gente preguiçosa, gente egoísta, no mundo existe de tudo! Mas também tem muita gente tentando se proteger, se adaptar, ajudar. O mundo e, nesse caso em especial o Brasil, precisa de soluções razoáveis e não de um debate político!

É fácil falar desde Londres? Claro que sim! Agradeço todos os dias por estar fora, mas minha família e muitos amigos ainda estão dentro e me preocupo legitimamente com isso. Também lembro que a distância traz perspectiva e o fato de vivenciar primeiro aqui na Europa o ocorrido ajuda a prever alguns possíveis acontecimentos.

Galera, é guerra e é sério, se preparem! Assim como nas outras guerras, há luz e vida no fim do túnel, mas o preço é alto. Não é que o mundo não será mais o mesmo, o mundo já não é mais o mesmo. Entuba, levanta e se adapta rápido!

Não quero terminar de maneira pessimista, confesso que independente da motivação, mais ou menos nobre, tenho notado muita coisa bacana também. Sempre esperei um momento Saramago (“Ensaio sobre a Cegueira”) em situações assim e, na prática, o que tenho visto é uma maturidade, generosidade e bondade que me emocionam. Quero acreditar que sairei dessa uma pessoa melhor, talvez seja eu agora tendo um momento arco-íris. Porque preciso acreditar que tudo vai dar certo.

Importa menos o que seu presidente disse, importa menos o que seu governador ou parlamentar disse, simplesmente, busque seu instinto, seja humano. Olhe para seu vizinho, procure fazer o que é certo. Se você está próximo, ajude. Se não puder ajudar, abra caminho. Se estiver do outro lado, sente em silêncio e aguarde.

Quarentena em Londres

Esse não é um post motivacional para ninguém. Não darei mil dicas ótimas para quem quer aprender grego on line ou arrumar perfeitamente o armário da cozinha. Tampouco posso informar como vai a vida na cidade, como eu saberia? Estou em casa. Não busco consolo nem explicações e, por favor, mas por favor mesmo, não me enviem outros 329 vídeos sobre o tema!

Sabe qual é a única coisa que eu quero nesse momento?

Eu quero reclamar!

Reclamar em paz! Sem comprovações científicas! Sem todas as histórias de que poderia ser muito pior! Sem lições de moral! Sem parecer a louca da teoria da conspiração! E, sério, o pior de tudo, sem paternalismo barato! I don’t need to be patronized!

Eu só quero re-cla-mar!

E, taqueopareo, que saco é ter que ficar em casa!

Estou de quarentena desde o dia 07 de março, hoje é dia 23.

Veja bem, Londres só lançou medidas mais severas recomendando que evitássemos ao máximo sair a partir da última sexta-feira, dia 20. Entretanto, eu havia chegado da Espanha pouco antes deles fecharem tudo. Itália já estava complicada… Luiz achou melhor a gente ficar em casa, por via das dúvidas e só sair para o essencial.

Saímos rapidamente para fazer compras, quando necessário, fizemos isso apenas um par de vezes. A maior parte dos suprimentos, consigo que me entreguem com compras on line. E eu já comprava on line antes, assim que não mudou tanto a rotina. A não ser pelo fato de estar bastante difícil conseguir datas de entregas, tive que deixar reservado alguns espaços semanais. Mantenho um pequeno estoque de não perecíveis, nada tão gigantesco, nem tenho espaço para isso no apartamento. Além da consciência me pesar um pouco em deixar alguém sem produto. Não me falta nada e não faltará.

Das duas vezes que saímos rapidamente para compras, Luiz foi de máscara, eu não. Normal, ele é sempre mais preocupado e precavido com essas coisas do que eu.

Francamente, não estava com um pingo de medo do raio do corona vírus, aliás, continuo sem estar. Mas entubei a quarentena em consideração a ele e aos demais. Hoje faz 17 dias que estamos em reclusão, seguiremos enquanto faça falta, mas acho que adquiri o direito de, ao menos, poder reclamar!

E para quem começou seu “distanciamento social” agora, vou logo avisando, não fica mais fácil! Prepare seu espírito. O problema é o seguinte: qual seria a opção? Contribuir para a morte de alguém? Você quer colocar essa na sua conta?

Fingir que um problema não existe não faz com que ele vá embora.

Veja bem, disse e repito, euzinha yo myself, não tenho medo do vírus no que se refere à minha saúde. Posso mudar de ideia na semana que vem, mas hoje eu não tenho. Sou relativamente jovem e tenho uma saúde de leoa! Exceto pela quarentena, os hábitos e os alimentos aconselhados nesse período para a prevenção, fazem parte da minha rotina há anos! Não acho impossível que eu contraia a doença, nem sei se já não contraí, mas não vejo como uma ameaça eminente (nem iminente) para mim.

E essa não é uma postura que tenho em relação a esse vírus especificamente, mas a postura que tenho em relação a qualquer doença.

A questão é, não importa o que eu pense em relação a mim. O “eu” não importa, porque o que está em jogo aqui é o “outro”. É por quem não tem a mesma resistência, quem não tem o mesmo acesso a cuidados básicos, quem não pode fazer uma quarentena, quem não tem escolha.

Ah, mas é um sacrifício que farei por uma pessoa que eu nem conheço?

É, a vida é assim, foda-se (com carinho). Hoje eu não conheço, amanhã pode ser com alguém muito querido e depois de amanhã, pode bater à minha porta.

Porque não se iluda, o que toca a um, nos tocará a todos. Portanto, faça pelo motivo que quiser! Por altruísmo, por heroísmo, por medo, por amor ao próximo ou pelo mais legítimo egoísmo… não importa!

Fique em casa!

Ah, mas essa história certamente foi inventada em laboratório pelos chineses com intenções sórdidas…

É possível! Cá entre nós, teóricos da conspiração, porque eu sempre fui e sempre serei, também acho. Mas outra vez, não importa o que eu ache! Se foi um plano, funcionou. Criado em laboratório ou na natureza, está aí e tem gente morrendo, ponto. Primeiro a gente resolve o problema, depois a gente busca um culpado, ok? Até porque, quem seria capaz de provar essa história? Se tivesse alguém que pudesse realizar essa façanha, na China, você realmente acha que ainda estaria vivo?

Então, enquanto a gente não prova nossa conspiração, tenho uma ideia: fique em casa!

Quanto tempo a gente vai conseguir segurar essa panela de pressão? Não sei, difícil dizer, acho que ninguém sabe com certeza. Economicamente, politicamente… não seremos os mesmos. Não é que o mundo vá mudar, já mudou, só não sabemos o tamanho da encrenca!

De uma maneira ou de outra, a vida seguirá. E meu ponto é, eu quero seguir com ela. Por isso, o que eu puder fazer, enquanto eu puder fazer, farei.

Hoje, só me resta uma opção, ficar em casa.

E reclamar…

“Quando os nazis vieram buscar os comunistas, eu fiquei em silêncio; eu não era comunista. Quando eles prenderam os sociais-democratas, eu fiquei em silêncio; eu não era um social-democrata. Quando eles vieram buscar os sindicalistas, eu não disse nada; eu não era um sindicalista. Quando eles buscaram os judeus, eu fiquei em silêncio; eu não era um judeu. Quando eles me vieram buscar, já não havia ninguém que pudesse protestar.” Martin Niemoller