Sinto que ando meio monotemática, né? Acho que todos estamos um pouco, faz parte do momento atual. Parece que tudo gira em torno do tal COVID-19. Difícil não pensar que estamos ainda no centro de uma pandemia e tentando entender como devemos nos posicionar.
Nos aproximamos de quase 50 dias em distanciamento social e, como escrevi anteriormente, no início foi bem mais difícil que agora. Meu tom era muito mais sério, acreditava e sigo acreditando que estamos em período de guerra. Mas como costumo pensar, uma guerra não se vence em um dia, são várias batalhas que devem ser celebradas. Perdemos algumas, mas estamos ganhando e realmente acredito nisso. Gosto de frisar esse fato, porque para quem começou depois de nós e possa estar numa fase depressiva, é sempre bom ouvir que as coisas podem melhorar.
Tenho observado uma coisa bacana que é o fato de muitas pessoas estarem compartilhando de tudo com os demais, desde habilidades e dicas a máscaras ou comida. Verdade, que há quem aproveite o momento como uma oportunidade de negócio, o que não vejo como nenhum problema, por que não? Para que julgar? As pessoas seguem precisando pagar suas contas. Mas também percebo, em grande parte, uma generosidade genuína.
Em contrapartida, me sinto muito grata por tudo que tenho conseguido aprender e receber nesse período. É um fôlego de esperança ver tanta gente se esforçando para dar o seu melhor, ou para si mesmo, ou para sua família ou para completos estranhos.
Isso me dá muita vontade de oferecer alguma coisa também, como uma vontade de não romper a corrente. Acho que no início, quando não estava tão bem, não enxergava o que poderia oferecer. Talvez fosse realmente um momento em que precisasse receber mais, pedir mais, o que para quem me conhece, sabe que me é muito mais difícil. Mas até essa lição de humildade me veio bem a calhar. Porque eu recebi bastante e sou grata.
Então, talvez tenha chegado minha vez. E antecipo que honestamente não tenho nada tão extraordinário para oferecer. Porém, me ocorreu que, quem sabe o que muita gente precise seja mesmo ouvir coisas simples, dicas rotineiras ou um mero reforço de outra pessoa que esteja fazendo coisas parecidas ou sentindo algo semelhante. É bom a gente se sentir parte de algo, saber que não somos os únicos a pensar de determinada forma.
Para algumas pessoas, foi importante criar rotinas em casa. Tanto em horários, maneira de se vestir etc. Acho super válido! No nosso caso, isso não foi tão impactante, porque as minhas principais atividades eram mesmo praticadas em casa; e Luiz, há quase um ano vinha trabalhando bastante em “home office“. Ou seja, acredito que seja um passo que ajude de modo geral, só que já havíamos dado.
Muita gente também aproveitou para arrumar casa, armários, fazer limpeza… Veja bem, acho que funciona para alguns, para mim, não. Sou minha própria faxineira há anos! Vida européia, lembra? Não me queixo em fazer, mas são atividades que não estavam atrasadas em casa e não me proporcionam nenhum prazer. Num momento de privação, fazer algo que sempre achei chato não me ajudou nada!
Daí busquei uma atividade que gosto de fazer: amo cozinhar! A comida na nossa casa sempre foi nosso maior luxo! Então, pronto, algo que me dava o maior pazer! Claro que o cardápio aqui ficou um escândalo! Bom por um lado, porque serviu de compensação; e mau por outro, exatamente porque também serviu de compensação. Não estamos passando nenhum tipo de privação na categoria gastronômica, e sou muito agradecida por conseguir fazer compras regularmente, de ingredientes importantes e frescos. Que nunca nos falte!
E se eu cozinhava bem, e modéstia às favas eu cozinho pacas, estou matando a pau! Isso sem falar dos vinhos, né? Que para mim entram na categoria alimentação da mesma maneira!
Entretanto, é verdade que, além da alimentação saudável, também estamos comendo todo tipo imaginável de besteiras: pizza (que eu nem gosto!), chocolates (adoro!), pão (gosto, mas não costumo comer), bebidas (antes só nos finais de semana), carboidratos à vontade (com tanta gente chata no mundo, vou cortar logo carboidrato da minha vida?), tira-gostos, bacon, embutidos etc. Deu vontade, a gente come!
Lógico que engordamos! Estou me sentindo uma cadela Shar-pei, cheia de dobrinhas! E o que ainda não sei se é bom ou mau, não estou infeliz com meu corpo.
Mas sei que não é legal seguir assim. Funcionou bem para trazer alegria, e trouxe, porém tudo que sai do equilíbrio não é bacana. Sinto que é hora de, não digo cortar de uma vez, mas entrar no eixo. Paciência! Esse setor da vida ainda está em fase de aprimoramento!
Exercício físico: putz, que dificuldade! Estou tentando, mas tá foda! Não vou desistir, mas estou longe do ideal, sei que é algo que ajuda muito em todos os sentidos e preciso dar um jeito de recriar o hábito. Fico me iludindo que quando as “fronteiras” se abrirem novamente será uma ótima motivação, mas no fundo, sei que esse chip precisa ser instalado na minha cabeça antes.
E por falar em hábitos, o que tem me ajudado EXTREMAMENTE (com letras garrafais) é fazer meditação. Sério, está mudando minha vida! E foi uma das coisas que precisei de ajuda. Não costumo citar nomes no blog, mas faço algumas exceções quando acho que pode ajudar tanto quem oferece, quanto quem procura, então citarei alguns, vamos lá.
Fazer meditação é algo presente desde a adolescência, quando fiz um curso chamado “Silva Mind Control“. Foi a primeira vez que ouvi falar a respeito e achei muito bom aprender algumas metodologias. Mas não vou mentir, não são práticas que usei continuamente, é algo que esquecia por anos… depois fazia por um tempo… depois esquecia… e por aí vai!
Acho que pelo meio do ano passado, senti a necessidade de voltar a meditar. Comecei a desenvolver esse hábito ao acordar, antes de me levantar. Era um pouco complicado, porque com Luiz trabalhando de casa, era difícil não me desconcentrar com sua voz nas suas reuniões, ele não fala muito baixinho. Fora o fato dele resolver entrar no quarto pela manhã para me dar bom dia e me interromper diversas vezes no meio da história! Tive a feliz ideia de começar a ouvir música relaxante durante a meditação. Foi ótimo! Primeiro, porque se tem música no quarto, ele não entra para me interromper, ou pelo menos, não fala comigo. Mas, principalmente, porque descobri que alavancava minha capacidade de concentração. E, mesmo quando não estava meditando, colocava a mesma lista de músicas no fundo e isso me tranquilizava instantaneamente. Não era perfeito, afinal, tudo na vida é prática e força de vontade, mas funcionava relativamente.
Quando estourou a pandemia e tivemos que ficar em casa, a depressão me bateu. Eu precisei muito, primeiro, reclamar. Acho que precisava colocar a pressão para fora! Cada vez que ouvia que eu era uma privilegiada por estar na situação que estávamos, por saber que havia gente bem pior e blá, blá, blá… me irritava mais! Era como se eu não tivesse o direito de me aborrecer por nada, afinal, sempre haveria gente pior!
O que eu precisava era ter o direito de estar triste, de estar aborrecida, frustrada, irritada, com medo, preocupada… enfim, aceitar que eu tinha problemas ou como costumo dizer, chamar meus demônios pelos seus nomes!
Pois reclamei, escrevi, coloquei para fora! E foi ótimo! Porque no minuto seguinte em que parei de precisar negar o que me perturbava ou minhas “fraquezas”, estava pronta para fazer algo mais profundo a respeito.
Agora vamos falar das maluquices! Tenho consciência do quanto pareço séria, mas de perto, sou doida de pedra! Então, eu sempre me regulo pelos extremos. Não tenho um pingo de juízo, portanto, preciso ser super responsável, ou me mato em algum exagero. Sou completamente distraída, mas muito mesmo, por isso, preciso de foco absoluto para cumprir tarefas. E ainda por cima, completamente controladora, o que me fez desenvolver uma disciplina tibetana ou me perco!
No meu dia-a-dia normal, trabalho com duas ou três telas de computador abertas. Provavelmente, haverá uma onde estarei escrevendo textos para o blog ou potenciais livros, outra com jornais, índices das bolsas de valores e “trocentas” planilhas abertas sobre nossa vida financeira em três países, outra com whatsapp e mensagens que vão desde fofocas da família a resolver pepinos de obras e inquilinos (claro, nunca no país em que estou), o celular na frente com o Instagram… tudo junto ao mesmo tempo, em idiomas diferentes e com o fone de ouvido escutando música barroca (geralmente, Mozart, que é muito produtivo!). Eventualmente, interrompida pelo meu gato, que quer deitar no lugar do teclado, ou pelo Luiz que quer fazer um intervalo do trabalho dele. Entre uma coisa e outra, faço a comida e arrumo a casa. Arrumar a casa… é meio nas coxas. Fazer a comida é meu momento de lazer, de certa forma, não deixa de ser um tipo de meditação.
Não contei isso para me exibir, mas para ilustrar o quanto sou control freak! Então, imagina essa pessoa que controla tudo, de repente entender que o mundo mudou e eu não sei mais se meus planos cabem no que vem pela frente. Tipo, para tudo! Fodeu!
Meu nível de ansiedade foi na estratosfera! Eu não tinha vontade de levantar da cama! Bianquita, esquece o futuro, esquece o passado, porque não há nada, absolutamente nada que você possa fazer agora a esse respeito. Ou eu aprendia a viver no presente, ou enlouquecia de vez!
Primeiro passo, voltar ao meu centro de equilíbrio! Como faço isso? Não sei, então, deixa eu olhar para dentro… ah, meditação é isso, não? Olhar para dentro! Beleza, decidi, entre outras coisas, focar na meditação. Acontece que tinha poucas ferramentas, uma ou outra técnica aprendida há anos ou coisas que eu lia… Ok, sozinha não vou muito longe, deixa procurar em volta.
Tenho uma grande amiga que é terapeuta transpessoal, tipo assim, na minha cara, né? E eu ralando sozinha por que mesmo? É a Katia Pattaro, que tem um canal no Youtube, chamado Círculo Consciente. Quem quiser saber mais a respeito, passa por lá, mas o que me chamou a atenção foi uma quarentena de exercícios diários para ajudar a desenvolver a atenção plena, Mindfulness Dia a Dia. Comecei a seguir e me ajudou bastante, porque tem me dado uma série de ferramentas para lidar com ansiedade, frustrações, enfim, situações presentes na vida de todo mundo, mas que ficam superdimensionadas em momentos como esse. E por isso, sou grata!
Segui com minhas meditações, todos os dias pela manhã, agora, com mais possibilidades.
Mas, ainda não era o suficiente, estava precisando de drogas mais duras, porque não queria apenas voltar ao eixo, queria ir mais além. A meditação tem uma dificuldade extra para mim, me distraio com muita facilidade e meus pensamentos são muito intensos, aliás, acho que tudo meu é intenso, né? Arrego! Sou dos extremos: ou hiper concentrada ou lararí larará! Estou me esforçando, melhorando essa capacidade, mas faltava algo.
Talvez o universo conspire, ou talvez estivesse prestando mais atenção… mas nesse ínterim, estou eu olhando o Instagram e vejo um aviso que meu ex-mestre do surdo estava entrando com vídeo ao vivo. Achei que seria algo relacionado à percussão e entrei, mas nada a ver! Na verdade, era uma vigília de mantras.
Oi? Vigília de mantras, o que é isso? Bom, não cabe a mim contar essa história, porque não é minha, mas resumidamente ele enveredou há alguns anos para o estudo de mantras, entre outras coisas, e nesse mesmo período também iniciou uma quarentena, onde todos os dias, às 18h30 do Brasil, passa alguma orientação sobre o assunto e canta determinados mantras em sânscrito.
Fiquei curiosa e, por instinto, achei que poderia ser bom para mim. Afinal, o que teria a perder em ouvir? Comecei a escutar bem quieta no meu canto, sem me pronunciar, tentando captar os mantras de ouvido e seguir. Obviamente, conhecimentos de sânscrito não são, digamos, exatamente meu forte, mas tudo bem, decidi não me cobrar, nem julgar, só segui o som e a energia. Por minha conta, fui buscar no google as letras, fiz uma “colinha” com fonte grande para eu enxergar sem óculos, coloquei meu despertador para o horário de início e comecei a frequentar todas as noites, completamente aberta a receber.
Quando me dei conta, estava eu, cantando em sânscrito, absolutamente concentrada. Na verdade, foi muito mais fácil para conseguir me concentrar. Em parte, porque estava mais preparada, talvez pelas ferramentas extras que estou aprendendo; em parte, porque queria de verdade e precisava; mas definitivamente, porque a vibração funciona para mim. E, hoje em dia, na minha vida, se algo funciona, nem quero me preocupar em buscar explicações complicadas, eu vou!
Ah, mas você não é ateísta? Sou. Ah, mas então, como você está cantando para deuses indianos? Com a boca. Ah, mas como alguém que não tem fé pode sentir a energia? Com o corpo, sinto fisicamente. Talvez seja mais difícil para mim do que para outras pessoas mais evoluídas, honestamente, nem me importa. Foi algo que me trouxe paz, pôs meus pés no chão. Melhorou minha capacidade de meditação, me tranquilizou não só durante a vigília, mas durante o dia, quando me pego várias vezes entoando mantras e, inclusive, me ajudou bastante a dormir, coisa que é muito difícil para mim. Por tudo isso, sou grata.
Pois muito bem, acho que acompanhava os mantras há um par de semanas e meu ex-mestre (aparentemente, atual também, né?) pediu um retorno das pessoas, o que estavam achando e tal. Imaginei que seria difícil você estar falando ao vivo com pouco retorno, no sentido que as pessoas te veem, mas você não sabe se elas estão conseguindo acompanhar, se tem dúvidas, enfim, até aquele momento, não havia pensado nessa possibilidade e ainda estava calada. Resolvi escrever para ele e contar mais ou menos essa história e dizer o quanto estava me ajudando.
Aliás, faço aqui um parênteses, isso está entre as coisas que estou tentando exercitar: dizer para as pessoas o que de bom elas me trazem. Muitas vezes, para não “incomodar”, a gente se omite. Talvez pelo medo da rejeição, ou de interromper, ou de ser mal interpretado, ou vergonha… Mas, na prática, todo mundo gosta de saber que ajuda, que faz algo bem, que importa para alguém… Eu também gosto, então, por que não compartilhar?
Voltando à história, resolvi escrever para ele e contar como estava me ajudando e o retorno foi muito bacana! Recebi mais orientações importantes, descobri que nem precisava ter feito minha “colinha”, porque ele já havia disponibilizado o material todo, enfim, foi muito bom! Foi legal também me sentir bem recebida no grupo, é importante a gente se sentir parte de coletividades, principalmente nesse momento de distância física entre as pessoas. Acabou que a esposa dele orienta meditação pela manhã, comecei a tentar seguir também, é um horário não muito fácil para mim, mas tento e igualmente está me ajudando. Fico mais atenta com alguém orientando. Outra vez, sou grata.
Para quem ficou curioso, a vigília de mantras está sendo feita no Instagram, diariamente às 18h30 do Brasil, o perfil é @mariomouraom. E a meditação matinal é feita pela esposa dele, às 6h30 do Brasil, no perfil @nandajank. Ambos os perfis são abertos à participação, claro, com o devido respeito a um trabalho sério.
Muito bem, já falei bastante desse lado meditativo, mas é porque realmente foi o que me deu a base para as mudanças pessoais que estou enfrentando, e acho que enfrentar é a palavra certa. Não tem sido fácil, é algo que tenho que me dobrar, mas cada dia é melhor. E acho que pode ajudar outras pessoas também.
Quando esse processo de mudança se iniciou, eu precisava de um ritual de passagem. Aliás, não só por isso, acho que nunca é uma coisa só. É sempre uma cadeia de fatos que leva aos inícios e finais de ciclos. No meu caso, foi no início da quarentena, quando raspei minha cabeça, escrevi um pouco sobre isso antes. Acho que marcos desse tipo nos ajudam a entrar no clima. Ninguém precisa sair por aí raspando a cabeça, é só um exemplo e que tenho observado se passar com outras pessoas. Cada um é capaz de encontrar seu próprio marco pessoal, mas com certeza é uma coisa que ajuda. É o índio que pinta o rosto de vermelho antes de ir para a guerra. Pode ser um batom vermelho também e tá beleza! O que importa é o que simbolize para você. É o seu ritual.
Pausa para gaiatice! Meio careca e meditando direto, tô uma monja budista, né? Nem vou falar que também meio gordinha dos excessos gastronômicos… porque aí é o cão chupando manga, mas tudo bem, seguimos!
A partir de todas essas iniciativas juntas, comecei a notar que minha vida melhorou, mas melhorou muito! Não tenho hora exata para levantar da cama, mas quando levanto é com vontade, é pronta para o dia. Ainda me distraio, às vezes, mas tenho mais ferramentas agora para me trazer de volta e faço um esforço contínuo para buscar a tal atenção plena. E quando vou dormir, estou em paz. De repente, me dei conta que consegui mudar mais de um hábito, numa tacada só. Não é fácil, ainda não é totalmente automático, mas tudo bem. E sou grata por haver me permitido tentar.
Tenho produzido bastante, mudei minha mesa do escritório, que dividia com Luiz para a sala, estou escrevendo com ritmo parecido a quando morava em Madri. Era o fato de caminhar nas suas ruas que me inspirava a contar histórias. Curiosamente, é justo quando menos ando agora que me bate onda similar de inspiração.
Ao ficar mais produtiva, meu humor melhorou horrores! O que imagino estar fazendo a vida do Luiz melhor. Achei que ele também ficou mais leve, pelos próprios motivos, mas talvez por um respiro do meu lado. Acho que uma coisa vai influenciando a outra.
Algo que também me ajudou bastante foi mudar a atitude de me ver presa. Comecei a notar que boa parte dos meus dias, estaria realmente em casa de qualquer maneira, independente de quarentena ou vírus. Então, por que esse momento deveria me incomodar tanto? Sei que não é a mesma coisa estar em casa porque quer e não porque precisa, mas ainda assim, se você pensar, por exemplo, durante à noite, você estaria dormindo na sua mesma cama de todo jeito. Se você dorme, sei lá, 8h por dia, mais uma ou duas horas para se arrumar e sair para o trabalho, ao invés de imaginar que está há 24h presa, você estaria apenas 14h, as outras 10h faziam parte da sua rotina. É psicológico, eu sei, mas para mim fez diferença. Eu tinha menos horas do meu dia para achar ruim estar em casa… e, de repente, tinha menos horas na semana para achar ruim estar em casa. Porque minha cabeça estava livre, minhas ideias estavam fluindo.
Se você não pensa assim, não tem problema nenhum! A gente não precisa concordar nem ser igual, só estou falando que quando não tem jeito, é possível buscar alternativas. E se não houver alguma opção, tudo bem se aborrecer e reclamar. Solta o ar, alivia a pressão e… calma, vai passar.
Outra coisa muito bacana! Estou retomando ou fazendo contato com gente que não teria possibilidade de encontrar pessoalmente com a mesma frequência. Levo vida de expatriada há muitos anos, lido bem com a saudade e as ausências, acredito que isso até me deu uma vantagem e estou sabendo aproveitar. Eu acho o máximo os encontros virtuais, adorei usar o tal Zoom! O Youtube faz parte importante da minha vida agora! Viva a tecnologia!
Todo sábado, assisto um concerto de um amigo músico de Madri. Já sou figurinha carimbada, não perco um! Acho uma delícia encontrar pelo chat os amigos de tantos anos ou gente que não conheço, mas aprendi os nomes que usam virtualmente. Aliás, faço a propaganda porque é ótimo! Informações no website dele, www.pitumusica.com.br. Sempre aos sábados, às 20h de Madri, a gente paga 3 euros pelo link de acesso e assiste mais de 2 horas de música boa ao vivo pelo Youtube, muitas vezes damos pitaco no repertório, não me sinto distante. Na verdade, lembra que não bato muito bem, né? Nesse dia, eu me maquio e me arrumo toda, coloco brinco, perfume, tudo de direito! Como se fosse realmente sair para o show! Preparo os aperitivos, escolho um vinho bom, canto junto… eu realmente curto o programa! E sou grata por isso.
Luiz, nem sempre assiste o concerto todo comigo, porque também é um dia que se reúne pelo Zoom com amigos do tempo de colégio (ou de algum outro grupo, ele tem mais de um, posso estar fazendo confusão). De toda maneira, fico eu na sala num concerto em Madrid e ele no quarto, com amigos de adolescência espalhados pelo mundo! De vez em quando, ele vem dar um oi na sala e no final da música, vou eu lá bater papo no grupo dele!
Domingo passado, toca o celular, uma amiga aqui de Londres, que normalmente me enviaria uma mensagem, me ligou com imagem pelo whatsapp, e aí, pode falar? Como não? Peraí que vou pegar meu vinho!
Não há o que substitua os abraços, não há comparações aqui! Mas a possibilidade de ver as pessoas e saber que estão bem, que estão lá e que parte do seu tempo gastam comigo é um privilégio! E sou grata por isso.
Ao meu redor, vejo frequentemente atitudes de generosidade. Médicos aposentados retornando como voluntários aos hospitais para atender; aluguéis não cobrados a comerciantes fechados; gente postando e compartilhando o que sabe fazer pelas redes sociais; ou compartilhando compras, máscaras, luvas; horários especiais nos supermercados para pessoas idosas ou que trabalhem no sistema de saúde; amigos que perguntam como você está sem ser de maneira retórica; gente que envia Reiki a completos desconhecidos diariamente; mães que apesar de preocupadas ou enlouquecidas inventam brincadeiras para os filhos com paciência de Jó; a alegria que é parar às 20h e ir aplaudir da janela… a lista é extensa! E talvez ande meio sensível, mas me dá vontade de chorar cada vez que penso nesses atos de tanto que acho bonito!
Como adiantei lá no início do texto, acho que nada do que contei é extraordinário ou novidade para a maioria das pessoas que está passando pela mesma ou similar situação. Mas, às vezes, é só uma questão do prisma em que se olhe, ou do momento em que se encontre.
Espero, de coração, que você esteja bem, ou esteja o melhor possível! E, se ainda não vê a luz no fim do túnel, calma, o pior pode até já ter passado.
E, por tudo isso, pela parte boa e pela ruim, posso finalmente dizer sem demagogia e em paz, que hoje sou grata!
Caramba, querida Bianca…. você me emocionou hoje!!! Em primeiro lugar MUITO OBRIGADA, por citar meu canal!! Saber de todas essas mudanças em você só me alimenta ainda mais para prosseguir com esse trabalho 😀
Me emocionei com a narrativa das suas sensações com os mantras, a gente não precisa ser isso ou aquilo pra sentir! Amei! Me sinto exatamente igual com a comida e os exercícios….rsrs Já faz duas semanas que venho colocando na cabeça que é hora de mudar alguns hábitos mas a cabeça ainda não entendeu….rsrs Acho que preciso de mais umas duas! Ainda bem que tenho vários vestidos!! rsrsrs
Tem sido muito bom te acompanhar por aqui e hoje especialmente você alegrou o meu dia, porque despertei um pouco torta das idéias…. com minhas autocríticas e paranóias. Seu texto hoje me trouxe as respostas que eu precisava!! É dessa maneira que o Universo fala comigo… com todos nós. Também me sinto grata, amiga!! Muito obrigada!!
Abraço gigante!
Querida Katia, se assim foi, já me valeu escrever o post! 🙂 Beijão e vamos nos seguindo!
Bianca, adorei! É muito bom ler seus posts! Me divertem sempre! Estou amando participar do seu caminho neste processo! Que bom que vc está encontrando um caminho para o seu equilíbrio! Já tentou PRANAYAMAS!? Bjs da serra fluminense!
Oi, Ana! Muito obrigada! Pois seja muito bem-vinda!Ainda estou engatinhando e seguindo orientações mais básicas, pouco a pouco, mas evoluindo! 😉 Beijos britânicos