E daí?

Daí que não se cura vírus com decreto. O COVID-19 não se assusta com berros.

Daí que a gente deveria aprender com a experiência alheia. Quando a economia de todo um planeta é alterada, não pode ser uma simples invenção de algum país.

Daí que é verdade que nem todas as nações podem combater seus problemas da mesma forma. É possível que parar radicalmente o Brasil trouxesse mais destruição. Mas o MÍNIMO que as pessoas precisam ouvir é a verdade, que é uma doença séria e que mata. E que precisa haver algum protocolo de segurança a ser seguido, como o uso de máscaras, luvas ou algum outro tipo de proteção. Não é uma gripezinha e não afeta apenas idosos ou pessoas fragilizadas.

Daí que o resto do mundo está evitando aglomerações, o Brasil está promovendo passeatas, carreatas e manifestações, com apoio do seu principal governante.

Daí que não entender as proporções do alcance desse problema é ignorância. Entender e ignorar é genocídio.

Daí que pessoas inteligentes mudam de ideia, prepotentes e loucos querem apenas ter razão.

Daí que quem tem alguma condição ou melhor informação e pode estar em casa está sendo acusado de covardia ou preguiça.

Daí que o mundo está se unindo para vencer um inimigo real: o vírus! O Brasil está se dividindo e impondo absurdamente uma ideologia e uma classe social a uma doença.

Daí que a população está perdida e desgovernada. Não sabe o que seguir ou acreditar e isso está custando sangue. Tem muita gente morrendo desnecessariamente.

Daí que a imprensa é tendenciosa sim, mas melhor ter alguma que possamos reclamar do que nenhuma. Independente da tendência em que se mostre, o vírus é real, as mortes são reais, não estão sendo inventadas por alguma cadeia de televisão.

Daí que quando se elege um presidente não se assina um cheque em branco. Isso foi dito sobre a oponente anterior e segue se aplicando.

Daí que a independência dos três poderes existe para garantir a soberania de uma nação, não apenas seus próprios privilégios.

Daí que a força militar de um país está para proteger o Estado, não para zelar pelas vontades de uma única família.

Daí que um ditador manda, um presidente lidera.