Bom, não demorou muito e voltamos ao nosso dia a dia madrileño. Na verdade, não demorou nada. Cheguei em uma quarta-feira e na sexta já havia um jantar na casa de um casal de amigos marcado. Até bom, porque a gente sempre chega com a casa meio careca, né?
Tinha chegado com a esperança de segurar um pouco a onda, afinal, de férias a gente chuta alguns baldes. Mas já desisti desse plano idiota, as oportunidades vão aparecendo, melhor aproveitar. O jantar foi ótimo, entramos pela madrugada e já voltei logo ao ritmo da cidade.
Depois vem todo aquele glamour da volta de viagem, que inclui roupa para lavar, casa para limpar, compras para fazer… enfim, pacote completo. Até que dessa vez, o apartamento estava limpinho, me deu menos trabalho chegar.
Jack, nosso felino, estava aquele docinho e todo grudento. Animais amam rotina! Por mais que ele seja acostumado com mudanças, se sente seguro e feliz em sentir que sua vida e seus horários voltaram ao “normal”. Mas estava bem, tem se comportado direitinho com sua cuidadora oficial, acho que está mais acostumado com ela também.
Aqui está um calor do cão! Ainda que alguns dias até que estão agradáveis, principalmente, para quem tem ar condicionado. Mas não reclamo, mesmo com calor, o astral do verão é outro. A cidade fica mais feliz e a iluminação enche a gente de energia.
Enjoei de fazer dieta, me bateu os cinco minutos do cansei, chega! Tirando os fins de semana, até tento não exagerar, mas voltei desesperada para esquentar meu umbigo no fogão, testar receitas novas… cozinhar!
Há umas duas semanas, teve uma festa junina, ou melhor, julhina, na Casa do Brasil. Por ali, estava conversando com uma amiga e um amigo e resolvemos fazer um almoço a seis mãos. Tudo bem que havia uma certa empolgação etílica, mas juntou a fome com a vontade de comer e marcamos no calor do momento mesmo.
Ficou para esse último sábado. O problema era o seguinte, o prato principal decidido foi gnocchi caseiro, sim, aquele feito literalmente um a um! Então, sinto muito, mas precisa ser para petit comitê ou não vai funcionar. Depois, andava de saco cheio de comer em prato de plástico! Quando vem muita gente, não há alternativa, precisamos de acessórios descartáveis. Quebram um galhão, mas entre nós, simplesmente odeio plástico!
Beleza, pessoal, então quem estava por ali no dia foi convidado. Uma amiga estava fazendo aniversário e aproveitamos o excelente pretexto para dar uma caprichada maior. Não nego que sofri a tentação de chamar mais gente… a aniversariante estava agoniada de ser cobrada por não chamar outros amigos queridos… quer saber, paciência! Encerrei a lista na marra mesmo e relaxei.
Tirei do armário minha porcelana limoges, os talheres de prata, copos de cristal e guardanapos de tecido! Ai, como gosto disso! Que saudade de um almoço como adultos!
Acabei de vez com o ranço que tenho de cozinhar com outras pessoas. Descobri que definitivamente, meu problema é só com quem não tem uma função na cozinha e tenta conversar para ser legal. Gente, na cozinha cabe quem está trabalhando, quem não está sobra! Atrapalha. Mas houve um momento em que éramos quatro pessoas (nós três cozinheiros e uma convidada que teve passe para ajudar) e tudo bem, porque cada um sabia o que fazer. O resto que papagaiava pelo recinto, era delicadamente (ou nem tanto) convidado a se retirar! Eu já nem disfarço mais, todos amigos mesmo, quando me perguntam se preciso de alguma coisa, respondo logo: sim, espaço!
Mas nem demorou muito ao pessoal entender que estávamos bem na nossa função culinária, melhor cada um relaxar e se divertir à sua maneira. Eu me divirto na cozinha, movida com uma boa taça (riedel) de vinho!
Também não ficamos o tempo todo cozinhando, foi mais enquanto um dos amigos fazia a salada, minha amiga e eu cortávamos e fazíamos o gnocchi. Ficou parecido a uma cozinha industrial, profissional mesmo. O resto estava encaminhado, era só finalizar na hora de servir.
O menu foi o seguinte, como aperitivos, ovos de codorna com maionese caseira de açafrão, antepasto de berinjela assada, bolinho de tapioca com queijo, frutos secos, queijos (manchego e de arzúa) e pães. Como entrada, uma salada verde divina com vinagrete de maracujá, escondidinho de bacalhoada e cuscus de frango. Prato principal, o gnocchi servido com dois molhos, o bolognesa clássico e de trufas brancas. Como segundo prato, as carnes, um Beef Wellington e um folhado de calabresa. Sobremesa, tarte tatin e bolo de chocolate (de aniversário). Toda uma orgia gastronômica que durou dàs 15h até uma da matina!
Agora me falta o mesmo ânimo para fazer ginástica e queimar tudo isso, viu? Ao pilates, já voltei. Vou com preguiça, mas vou. Mas a malhação enfurecida que estava antes de ir ao Brasil… putz, está difícil de voltar…
Oi! Achei seu blog nesse mundarel de blogs de pessoas que estão morando na Espanha. Estou chegando por aí em agosto e resolvi ir me familiarizando… então, vou ficar aqui olhando do buraco da fechadura e achando muito engraçado você não gostar de pessoas na cozinha… eu sou o oposto, adoro uma conversa jogada fora… 🙂
Também adoro jogar uma conversa fora! Só detesto fazer isso enquanto estou cozinhando… heheheh… queimo a comida! 😛 Bem vinda, Fernanda!
Realmente foi toda uma orgia gastronomica Bibis, e das MELHORES , estava tudo simplesmente maravilhosooooooooo. Agora já os quilos adquiridos, ahhhh eles é que saiam porque realmente numa hora dessas nao dá pra deixar de comer as delicias da sua cozinha !!! 🙂 Amei! Beijos mil
Bianca, você TEM que por as receitas ou pelo menos um link para elas, no idioma que seja. Senão é sacanagem, você assanha as minhas lombrigas!
Oi, Bel! Tô com uma preguiça de escrever as receitas… heheheh… mas prometo me esforçar e publicar no “tá na mesa”! 🙂
Didis, aniversariante, parabéns para você e obrigada pela inspiração! 😀
Besitos meninas
… atendendo a pedidos, a primeira receita está publicada: bolinho de tapioca com queijo!