E a família aumentou!

Muita calma nesse momento! Estou falando de dois vira-latinhas felinos que acabam de nos dar a honra de sua presença!

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Para quem chegou agora e não acompanha a história, já tivemos um par de gatinhos irmãos, a Buchannan, que viveu por 5 anos e o Jack Daniel’s que viveu 13. Chegaram em nossa casa, em São Paulo, quando ainda tinham 40 dias de vida. Aprenderam a ser nômades como nós e se adaptavam às mudanças com muita elegância. Buchannan se foi em Atlanta e Jack em Madri, pelo meio de 2012.O persa creme que aparece na foto de entrada do blog é o Jack e já foi personagem de várias crônicas por aqui.

Precisamos de um tempo para a poeira baixar e o luto acalmar. E o bendito tempo, como sempre, se encarrega de nos aliviar e dar outra perspectiva para tudo que passamos.

Quando começamos a pensar em um novo animalzinho, tinha claro que seria adotado, mas também sabia que precisava ser no momendo adequado. Logo veio a possibilidade de mudança para Londres e resolvemos aguardar.

No antigo endereço, comecei a receber visitas felinas, uma gata preto e branca muito carinhosa (e com dono). Passou a me visitar diariamente, como que me preparando ou me dando sinais que o momento estava chegando. Escrevi sobre ela aqui.

Assim que, ao mudar para a casa nova, tínhamos decidido que já era hora. Luiz entrou em contato com o centro de adoção, optamos pelo RSPCA, e eles marcaram a visita de uma inspetora. Achei muito responsável da parte deles, não é uma visita invasiva, mas para saber que condições tem a casa, se tem crianças, se tem quintal etc. Ou seja, garantir que é o ambiente adequado e que o perfil do animal e do dono sejam compatíveis. O fato é que temos o perfil ideal para adotar um gato, já tivemos outros e muito bem educados, trabalho em casa, temos espaço, não temos outros animais, não há crianças (há gatos que se adaptam a uma casa com crianças pequenas ou outros animais, mas nem todos). Enfim, nenhum empecilho.

Não tinha certeza se queria um ou dois bichanos, ambas as escolhas oferecem vantagens e desvantagens. Comprei um kit básico para receber quem viesse e o destino se encarregasse do resto.

Começar a comprar cama, caixa de areia, potes de comida etc teve um efeito ambíguo. Por um lado foi gostoso, já foi me dando vontade de mimar um ser que eu nem conhecia; mas por outro remexeu algumas saudades e me perguntava se queria mesmo passar por tudo isso novamente. Não vou negar que é bom ter minha liberdade completa, nada nem ninguém dependendo de mim. Não sei tomar meias decisões e acho que, nesse caso, é a maneira correta, se você opta por ter um bichinho, que pode ser um gato, cachorro, peixe, tartaruga, o que for, você é responsável por ele o resto da vida, ponto.

Prevaleceu a lembrança de todo o carinho e companhia que me fizeram Buchannan e Jack, por países, casas e humores diferentes. A delícia que é ouvir um ronronado alegre só porque te viu. A dignidade de um ser que independente da situação, segue sendo dono do seu rabo, seu fucinho e dos seus termos.

Fui meio emocionada ao centro de adoção, ainda bem que Luiz estava junto, não queria essa responsabilidade sozinha. Achei que seria sofrido, porque no fundo, a gente sabe que estará deixando “alguém” para trás. É um pouco escolha de Sofia.

Mas a verdade é que não foi nada duro! Primeiro porque o centro era um lugar bastante razoável. As jaulas dos animais não são tão mínimas, na verdade, parecem pequenos quartos com uma parte mais protegida e uma parte externa com grade. Você consegue inclusive andar dentro delas. Não é o espaço ideal, é lógico, mas os bichos não estavam confinados ou mau tratados. Alguns mantidos sozinhos e vários mantidos em duplas ou grupos, no caso de virem de uma mesma casa.

Então, deixamos o acaso seguir seu curso. Passeamos por cada uma das celas, observando o compartamento dos animais. Passei na ida e na volta por um bichano apagado sobre um desses arranhadores grandes. Quando estava um pouco adiante, Luiz me chama para conhecer um gato, exatamente o tal que estava dormindo quando passei. Chego lá e ele está todo ronronante para Luiz, como também ficou para mim, pedindo carinho e esfregando o rosto na nossa mão. Dali a pouco, sai de dentro do quartinho uma outra gata, tímida que só ela, mas se esfregando nesse primeiro e também ronronante para a gente, se deixando ser tocada. Mas logo que a cuidadora chegou, voltou correndo para o quarto. Ali, nossa decisão que ele viria já estava tomada.

Entretanto, lembra que ainda tínhamos dúvidas se queríamos um ou dois gatos? Estava bastante inclinada a ter dois. Porque o trabalho é bem parecido e um faz muita companhia ao outro, te libera mais. A pior desvantagem é que você não consegue prever que ambos tenham o mesmo número de anos de vida, e quando um deles se vai antes é um trauma! Portanto, se viessem dois gatos, preferia que tivessem idades iguais ou bem parecidas.

Muito bem, a responsável do centro, quando nos viu interessada nesse gato, e sem saber se levaríamos só um, fez um ar de preocupada. Explicou que a outra era extremamente tímida e, por isso, era uma das gatas que estava há mais tempo no abrigo. Quando o gato chegou, também tímido, fizeram a experiência de colocá-los juntos e foi muito positivo para ambos. Ela começou a se comunicar através dele, brincarem e desenvolverem um laço especial. Assim que não era obrigatório adotar os dois, mas separá-los seria muito ruim, principalmente para ela que já estava ali há 6 meses. De tão tímida, cada vez que alguém chegava para visitar, ela se entocava!

Acontece, que ela havia saído da toca para a gente, muito provavelmente por causa dele. E ouvindo sua história, imagino o esforço que foi para ela, foi uma grande coisa! Então, levamos os dois, pronto!

Assim, chegaram em nossa casa dois felinos assustados, ele batizado de Wolverine (2 anos), Wolvie para os íntimos e ela nossa Fênix (4 anos). Gatos super poderosos, que precisam de espaço, tempo e paciência para entenderem seus talentos. Wolverine é mais corajoso, não se deixa pegar, mas se entrega a carinhos quantas vezes você se aproximar. Fênix é uma ostra de tímida, mas bem docinha, esperamos que em breve possa renascer mais confiante. E, definitivamente, a relação entre os dois é muito especial! Separá-los haveria sido uma maldade, ela é completamente louca por ele e ele busca por ela o tempo todo.

Pois muito bem, começamos novo capítulo na nossa história, reunindo um casal de gatos apaixonados, que provavelmente vão virar nossa casa de cabeça para baixo em algumas semanas, mas que daremos nosso jeito, encontraremos os próprios espaços e viveremos felizes para sempre (ou quase).

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PS: Wolverine é o mais preto da direita, Fênix tem as patas brancas.

4 comentários em “E a família aumentou!”

  1. Gostei muito da forma que você contou esta estória. O leitor vive sua emoção… você consegue transmitir isto. Que todos sejam muito felizes é o que desejo. Bjs

  2. Morando na China quase que não resisto à uma piada de humor negro qualquer….mas me segurei…. Registro aqui somente minha alegria por essa adoção. Mal sabem eles que já tem um tio em Hong Kong. Longas vidas à Fê e ao Wolvie.

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