Queridos leitores do blog, já nem tenho mais desculpa para estar tão desatualizada por aqui. Mas juro que tudo aconteceu nesses últimos dois ou três meses e ficou impossível de contar no detalhe, ao vivo e a cores, do jeito que gosto. Então, resolvi fazer um resumão geral e seguimos em frente! Paciência!
Preciso ao menos fechar o ano de 2013, para mim é como um ritual de passagem, enquanto não deixo registrado, parece que ficou mal resolvido e a verdade é que foi todo o contrário. Ficou bem resolvidíssimo!
O Natal, comemoramos em nosso apartamento. Sempre abrimos nossa casa nessa época para os perdidos pela cidade e não fugimos à regra dessa vez. Quem mora fora do seu país de origem, aprende a fazer família onde chega, assim que passamos com nossa atual família britânica. E foi ótimo! Jantamos, brindamos, brincamos de amigo ladrão… tudo de direito!
Obviamente, fomos algumas vezes para o skype e, através da santa câmera, nos fizemos presente no jantar da minha família de sangue. Ouvir só a voz pelo telefone é prático, mas parece que faz aumentar a saudade. Uma imagem é diferente, é como se estivéssemos realmente lá ou vice-versa. Nos mantém próximos, na medida do possível.
Enquanto isso, na sala de justiça… seguia eu, firme e forte, correndo, malhando, segurando a boca… fazendo de tudo para voltar ao meu peso até o fim do ano. Veja bem, não era uma simples questão de peso e nem sei se ainda tenho saco de entrar nesse tema, mas é importante para mim fechar esse ciclo, então vamos lá.
Há cerca de dois anos, fiz um tratamento para engravidar. Engravidei, perdi, me entupi de hormônios, deprimi, recuperei… enfim, acho que como tinha que ser mesmo. O ponto é que depois de tudo isso, ainda havia um ponto pendente, o peso que ganhei de maneira nem um pouco natural (e na minha interpretação, bastante injusta!) durante esse período.
É difícil explicar que não era uma simples questão estética, que talvez nem fosse notada por outras pessoas. Era um problema meu, era um símbolo de fracasso, era algo que me fazia reviver a cada vez que me olhava no espelho e não queria me reconhecer.
Assim que, em algum momento de 2013, quando realmente me caiu a ficha dessa questão, me dei um prazo de ter esse tema resolvido até o final do ano. Queria iniciar o ano seguinte, física e emocionalmente, zerada.
Muito bem, malhar e principalmente correr era uma forma de ajudar a alcançar esse objetivo. Consegui chegar a correr 10km, o que para mim era praticamente um milagre! Não fiz sozinha, como de costume, o apoio dos amigos e nesse caso, mais ainda das amigas, ajudou bastante.
Ao longo do ano, não fiz regime, simplesmente mantive uma dieta saudável e bastante exercício físico. Quando chegou no fim de novembro, fiz as contas e vi que faltava tão pouco que me valia o sacrifício, assim que fechei a boca em dezembro e admito que pela primeira vez na minha vida (e espero que última) tomei um redutor de apetite. Foi o suficiente.
No dia 30 de dezembro, voltei da corrida e me pesei. Estava novamente com o peso que comecei todo esse processo hormonal, pessoal, transcendental etc. Dois anos depois, pude finalmente dizer que essa história havia acabado! Voltava ao corpo que me pertencia!
Não sei se daqui para frente vou engordar, emagrecer e não importa! É outro problema! Se eu engordar será porque mereci! Será porque aproveitei, então que se dane! Não há mais desculpas! Não há mais uma memória triste quando me olhar no espelho. Na pior das hipóteses, vou lembrar que na semana anterior chutei o pau da barraca em alguma farra gastronômica!
E uma coisa bastante curiosa e que me marcou foi um tal vídeo do Facebook, com a retrospectiva dos últimos anos. Os posts escolhidos, não por mim, começavam comigo anunciando a primeira vez que havia ouvido um coração na minha barriga, ainda não tinha nem idéia do que viria depois. Acabou exatamente com a foto do tal dia 30 de dezembro, chegando da corrida suada, com o rosto cor de rosa e feliz da vida que esse ciclo havia se encerrado. Não poderia ser mais simbólico, principalmente pela coincidência de fatos.
Enfim, o réveillon, a melhor festa do ano na minha opinião, passamos na casa de amigos que gostamos muito. Uma experiência diferente, já que normalmente é um evento que fazemos na nossa própria casa. Mas a verdade é que curti também variar um pouco. O grupo era divertido e o apartamento deles fica de frente para Canary Wharf, de onde vimos os fogos de artifício. Mais tarde, no horário do Brasil, novamente conseguimos falar com meus pais pelo Skype e pude acompanhar toda a queima de fotos da praia de Copacabana em tempo real! Dupla comemoração de Ano Novo!
A gente havia pensado em dormir por lá, já que o metrô acaba cedo e taxi nesse dia é um inferno! Mas ali descobrimos que na noite de Ano Novo, o metrô roda direto pela madrugada, então transporte não seria um problema. Mesmo assim, ficamos até o final, adoro a hora da Diretoria, quando sobram os donos da casa e poucos amigos para lá de Marraquech, tudo é mais engraçado e sempre fica uma história para contar.
Já não me lembro que horas, mas bem tarde, pegamos o metrô e, para ser sincera, estava divertidíssimo! O pessoal meio bêbado, claro, mas de uma maneira positiva, muita gente conversando, animado mesmo! E antes que me perguntem, não, não vim fazendo amizades pelo caminho. Bem que tive vontade, mas Luiz ficaria tenso e já havia aproveitado bastante.
E assim acabou nosso ano, alma lavada, corpo saudável, novos amigos “de infância”… tudo de direito! Pronta para 2014!