19 aninhos de casada!

O que tinha a dizer para ele já foi dito, Luiz é meu amor e o planeta sabe disso! Portanto, prometo nem ser piegas e só contar sobre as comemorações e do nosso “só uma coisinha” que virou uma verdadeira maratona, como sempre!

No último 18 de março, fizemos 19 anos de casados. Em todos esses anos, a gente fez uma festa em casa para celebrar. Mas justo nesse, pensei que seria meio complicado. Havia recebido gente há pouco tempo… quero fazer outra festinha no início de abril… tinha hóspedes chegando na semana seguinte e também deve rolar alguma coisa…

Enfim, Luiz, quer saber, esse ano vamos deixar a festa e comemoramos só nós dois, o que você acha? Ele achou ótimo, foi pesquisar e reservou para a gente no próprio dia 18, uma segunda-feira, num restaurante show!

Tudo muito bom, tudo muito bem, mas não vamos nos adiantar.

Nós tínhamos uma perna de passagem para Madri sobrando aqui em casa. É que, quando nos mudamos para Londres, era mais barato comprarmos ida e volta do que só ida. Portanto, tínhamos realmente sobrando uma ida para Espanha no dia 15 de março, uma sexta-feira.

Pronto! Então, vamos para Madri no fim de semana, aproveitamos matamos a saudade dos amigos.

Não vou negar que lá no fundo, bem no fundinho, fiquei com aquela vontade frustrada de fazer uma festa. Mas puxa, como é que podia reclamar, né? Íamos viajar juntos, ver um monte de amigos que adoramos e ainda teríamos nossa própria comemoração romântica particular! Perfeito, deixa para lá a festa e vamos aproveitar o que a gente tem que é melhor do que mereço!

Combinamos de ficar hospedados na casa de um casal de amigos muito queridos e que, a propósito, também acabaram de fazer aniversário de casamento. O marido foi nos buscar no aeroporto. A mulher ficou em casa, porque outra amiga ia para lá e tomaríamos uma cachaça maravilhosa que ela tinha acabado de trazer do Brasil.

O avião pousou tarde pacas! Chegamos quase meia noite, mas havíamos avisado que era assim. Quando compramos a passagem, não sabíamos se Luiz poderia tirar a sexta-feira livre e, de fato, ele trabalhou o dia todo.

No carro, nosso amigo avisou que mais duas pessoas estariam esperando a gente em casa. Legal!

Resumindo a ópera, quando chegamos na casa deles, não havia apenas mais duas pessoas, havia uma baita de uma festa surpresa com uma galera super querida! Acho que foi a minha primeira festa surpresa na vida! Até porque, muita gente sabe que eu detesto surpresas! Mas dou meu braço a torcer, porque dessa vez eu a-do-rei! Fiquei emocionada e muito feliz de verdade.

Assim que, mesmo sem a gente planejar ou saber, acabamos tendo uma festa! Não será por esse ano que fugiremos à regra e tudo graças aos nossos amigos!

Ficamos até às seis da matina nessa bagunça! E é claro, regados a álcool. Vou nem contar que uma certa amiga dividiu conosco nada mais, nada menos que uma Anísio Santiago, também conhecida como Havana, considerada a melhor cachaça do mundo!

É pouco? Quer mais?

Sábado, tentamos acordar o mais cedo possível, que foi algo em torno dàs 14h. Considerando a hora que fomos dormir e do nosso estado, bastante cedo.

Tomamos nosso café com calma, nos arrumamos e partimos para a próxima etapa. Direto para festa de um amigo, que começou ao meio dia e ia até à meia noite. É lógico que me acabei! E ainda encontramos outros amigos que não havíamos visto na sexta-feira.

Mas saímos um pouco antes do final, fomos jantar, no La Tape, às 21h com dois casais que também faziam aniversário de casamento, um deles onde estávamos hospedados e mais uma amiga.

Bom, jantar é maneira de dizer, porque eu estava só o pó! Resolvi tomar água mineral e belisquei algumas coisinhas, mesmo assim, só porque estava uma delícia, mas já não aguentava nada! Chegou uma hora que eu queria ar fresco!

Por volta dàs 23h, saímos a pé para o El Junco, minha casa noturna favorita de Madri. Cheguei lá, comecei a melhorar outra vez e até ameacei um whiskão para equilibrar o PH.

É duro admitir, mas estava mortinha! Aguentaria até de manhã, por amor à arte e para manter minha reputação, mas cada vez que olhava para Luiz e os nossos amigos hospedadores, dava até pena!

Assim que ficamos mais ou menos até acabar o concerto ao vivo. Apesar do cansaço, também foi muito legal e ainda encontramos mais gente bacana. Por volta de uma e pouco da manhã, resolvi tomar uma atitude adulta e disse que a gente poderia ir embora se eles quisessem. Preciso dizer que todo mundo aceitou sem insistência? Porque vai que por educação alguém diz, não, se quiser a gente fica mais… e eu fico!

Cansou? A gente também, mas ainda tinha o domingo e fomos curar a ressaca grupal, que a propósito nem tinha, com um belo de um acarajé! A bebida mais radical que me propus a tomar foi um pouco de guaraná! Que para quem não bebe refrigerante, foi bem ousado. O casal e mais duas amigas foram conosco ao restaurante baiano. Não dava para convidar mais gente, porque não cabia na mesa, infelizmente.

De lá, já fomos direto para o aeroporto, tomar o rumo de volta. As olheiras pelo joelho, mas valeu cada minuto e cada abraço!

Foi estranho ir a Madri. Sei que não faz tanto tempo, mas perdi a referência de ser a minha casa. Francamente, às vezes até me assusta a rapidez com que troco de canal. Nem sei se isso é mau ou bom, mas acho que vem no mesmo pacote da capacidade de adaptação.

Ao mesmo tempo, entre nossos amigos, me sinto bastante aconchegada e é como se nunca tivesse ido. E me emociona muito saber que a gente deixou alguma marca positiva em gente tão especial.

Não sei se agradeci o suficiente, mas há vezes que é difícil dizer o quanto estou feliz em reencontrar alguém, porque não quero que se torne um momento dramático, prefiro ter a sensação de que foi na semana passada e pode ser na semana que vem. E quem sabe, pode ser mesmo.

Chegamos em casa sãos e salvos e sim, me sinto em casa aqui. Não é perfeita, não é para sempre, mas agora é meu lar.

E, na segunda-feira, dia oficial do aniversário, lá fomos nós ao nosso jantar especial no L’Atelier de Joël Robuchon. Trata-se de um restaurante com duas estrelinhas Michelin básicas, escolhido pelo meu querido maridinho que se esmerou! A base da culinária é francesa, mas faz algumas fusões interessantes.

Se quem está na chuva é para se molhar, imagina em Londres! Pedi o menu degustação que consistiu em, amuse bouche; alcachofra com trufas e foie gras (bem interessante); vieira com uma lulinha (normal, tudo no ponto perfeito, mas sem surpresas); pochet em vinho tinto, cogumelos selvagens e bacon (um escândalo de bom!); salmão crocante com espuma de wasabi (de ajoelhar!); foie gras envolvido em uma folha de couve, em caldo de carne (não entendi o que a couve fazia ali); prato principal, codorna recheada de foie, com trufas e purê de batatas (o melhor purê do universo! Parecido a esse, só provei no Michel Guérard); pré-sobremesa, creme de mascarpone com raspberry (primeira vez que comi uma “pré-sobremesa”); sobremesa, cheesecake de lima e frutinhas; café (descafeinado, no meu caso). Não dei conta dos queijos, antes das sobremesas, mas havia essa opção. Todo esse menu é combinado com vinhos europeus de diversas procedências e acertaram em todos, como não poderia deixar de ser.

O atendimento foi muito simpático! Informal e educado. A garçonete mais legal, com quem cheguei a puxar um pouco de conversa, era uma francesa e, no começo, achou que eu fosse francesa também (assim que começo a acreditar que realmente devo ter algo de francês!). Enfim, ela nos perguntou se celebrávamos alguma coisa e contamos que sim. Pois ao final do jantar, na hora do café, chegou para a gente dois pedacinhos de bolo, com duas velinhas e nos desejando feliz aniversário de casamento por 19 anos! Eu simplesmente amo esses detalhes!

Ela nos levou até a porta para se despedir e nos deixou com o porteiro, um brasileiro, que por sua vez nos encaminhou a um carro que nos trouxe em casa. O motorista cobrou os olhos da cara, mas tudo bem, foi chiquérrimo e me senti a própria Cinderela, então, está valendo!

Para quem achou que faria uma comemoração simples esse ano… uma viagem, festa surpresa, reencontro com super amigos e jantar mega-romântico-gastronômico… pas mal du tout! Vida dura, mas fazer o que? Alguém tem que se expor ao sacrifício, né?

8 comentários em “19 aninhos de casada!”

  1. Fantastico a forma que vc descreve.Adorei.Bj.Pena nao termos nos visto nesta visita a Madrid,Fica para a proxima e PARABENS E FELICIDADES AOS DOIS.Que cumpram muitos mais e que possamos cumrpimenta_los.

  2. Oi, Ana! Show de bola mesmo! rsrsrsrsrs…

    Leila, recebi seu bolinho! Muito obrigada!

    Dona Daisy, pena a gente não ter se encontrado dessa vez! E muito obrigada!

    Beijos a todas

  3. Adoro ler o que escreves e com este texto percebi que já acompanho há um ano, pois que ainda no outro dia comemoravas os 18 aninhos 🙂
    Beijos e parabéns
    Andreia

  4. Minha querida,acho que já esta na hora de pensar em escrever o primeiro livro de memoria.Não falta assunto e o melhor; vc é otima narradora,mãos a obra,eu garanto a publicação.Beijos sua unica tia.

  5. Oi, tia! Muito obrigada! Quem sabe um dia eu escrevo 🙂 De qualquer maneira, está tudo registrado aqui e “di grátis”! Estou terminando um livro, mas é de ficção, esse é mais provável de sair, quem sabe… rsrsrsrs… Beijo

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