A bendita mudança chegou!

Aproximadamente, 3 semanas depois que a mudança saiu de Madri, chegou a Londres. Na verdade, de estrada mesmo foram dois dias, o restante do tempo de espera foi por conta da documentação que a empresa transportadora deveria ter e não tinha. Mas tudo bem, importa que chegou tudo direitinho.

Acontece que é lógico que para a gente não poderia ter sido pelo caminho normal.

Porque como contei anteriormente, descobrimos alguns dias antes que a empresa não havia solicitado local para estacionar o caminhão em frente ao nosso endereço. Sabendo disso, tínhamos algum plano B na manga, que consistia basicamente em parar de maneira irregular, após o horário de fiscalização. É assim, se houvesse alguma denúncia, ferrou! Mas se ninguém se queixasse, ficava por isso mesmo. Não tínhamos outra alternativa além da de contar com a sorte.

De maneira que por volta dàs 19h30, aparece um caminhão enorme na frente da minha casa, com dois indivíduos que levavam dirigindo desde às 6 da matina, simplesmente para entender onde era o local e combinar de voltar no dia seguinte cedo.

Olha só, meus amigos, entendemos perfeitamente vosso cansaço, acontece que sua empresa não reservou estacionamento. E se vocês voltarem amanhã pela manhã, não vão conseguir estacionar. Se quiserem, ajudamos vocês agora. É fogo, mas é a melhor alternativa. Amanhã, no horário que vocês viriam para cá, vocês descansam à vontade, façam o que quiserem!

Um deles achava essa alternativa melhor, mas o responsável estava meio reticente com essa história. Com toda razão, morto de cansado e aborrecido. Aborrecidos também estávamos nós, afinal, além de todo esse rolo, saiu do nosso bolso uma quantia bastante razoável justamente para a gente não se preocupar. No final das contas, Luiz conseguiu convencê-lo que era a melhor solução.

Estacionaram como deu (e vamos combinar que não era um caminhãozinho muito pequeno) e começaram a desembarcar as coisas. Mas lembra que eram só dois homens, né? A velocidade ficava meio comprometida. Por isso, Luiz e eu tratamos de por a mão na massa, porque era assim ou não era. Honestamente, eu nunca carrego nada pesado, até porque não dou conta mesmo, mas ajudo bastante na organização das caixas e móveis, afinal já tinha tudo programado, e também carrego coisas que sejam mais leves (cadeiras, mesinhas…). Luiz ajudou inclusive fisicamente, para apressar no que fosse possível. A gente não queria que passasse das 23h, hora do silêncio aqui, para não correr o risco de ninguém reclamar.

Claro que fazia um frio do caramba, choveu, um dos carregadores escorregou na escada da portaria, mas felizmente não se machucou. Passaram uns três carros de polícia pela nossa rua, e todas as vezes Luiz tinha um filho pela orelha, certo que era por nossa causa! Mas não era, eles mal olhavam para o caminhão, acho que tinham coisa mais importante para fazer.

Até um vizinho maluco resolveu bater boca com Luiz na entrada, eu achando que era por causa da mudança, mas não, era por uma besteira de correspondência. Parece que o cidadão é louco de tacar pedra mesmo. Mas imagina, a gente sabendo que estava completamente errado (por causa da mudança e não pela correspondência), é sempre um perrengue a mais. Acabou que ele não fez denúncia nenhuma e não perturbou mais do que meia dúzia de bobagens que falou enquanto atirava umas cartas no Luiz. Coisa de filme pastelão surreal! Naquele dia, Luiz não queria criar caso, afinal, estávamos no meio dessa confusão que estou contando. Mas já tenho minha estratégia se o maluco vier para o meu lado no futuro, vou dar uma de louca também e começar a berrar com ele em português!

Às 22h30, a última caixa entrou em casa! Nem acreditei! Parecia tudo nos conformes, coisa que constatei nos dias seguintes.

Agradecemos aos dois, demos uma gorjeta que eles nem esperavam, mas vamos combinar que mereceram. E eles também pareciam agradecidos porque não esperavam que fôssemos realmente ajudar tanto na bendita operação descarregamento! Tudo bem, quando acaba bem.

Luiz, será que conseguimos comer alguma coisa essa hora? Ele disse que nem estava com fome. Também não estava, mas sabia que era só pela adrenalina, em poucos minutos meu estômago daria voltas! Voamos para o restaurante tailandês da esquina, o único que tem comida até às 23h, e ainda conseguimos algo comestível e honesto para essa noite.

Fui dormir exausta, com cara de acabada e meio desesperada pensando como conseguiria arrumar aquilo tudo dentro de casa! Era até difícil acreditar que estava feliz, e juro que estava. Saber que nossas coisas estavam sob nosso teto e dormiríamos na nossa cama era tudo de melhor!

E fim dessa novela mexicana!

5 comentários em “A bendita mudança chegou!”

  1. Aaaaaffeee agora estou curiosa com o maluquete da correspondencia kkkkkkkkkkk, isso mesmo chica, grita em portugues e conta pra gente a reaçao dele rsrsrs afinal, quer ser louco? Eu tbem sou rsrsrs. E essa tal lei do silencio das 23 heim? Assim que puder vamos conhecer o novo lar! Selene chega hoje com meu cunhado e vai embora no final do mes. Vou esperar essa friaca passar um pouco pq ja estou irritadissima com isso rsrss. beijos com saudades. Didi (nao sei se vou entrar como anonima ou nao rsrsrs).

  2. Que coisa boa que os móveis chegaram. Agora é só organizar com calma (se bem que calma, neste momento, nao é a palavra certa, queremos mais é ver tudo arrumadinho …rs).
    Agora, esse vizinho maluco … eu, hein?! Tb acho q vc deve responder à altura 😉
    Bjinhos!

  3. Como já sei que está tudo em seus devidos lugares (a medida do possível…) só tenho a dizer que “Sejam muito felizes”. Bjs e muita sorte, sempre.

  4. kkkkkk tive que fazer uma pausa para rir só de imaginar você gritando com o pirado kkkkkkk espero que nao aconteça, mas valeu pela imaginaçao…..beijos Cinthia

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