Como sempre, nossa vida esse marasmo, né? Movimento pouco é bobagem!
Conseguimos descansar na terça e na quarta-feira, um intervalo para pegar fôlego e seguir na maratona.
Na quinta, chegou em casa uma amigona do meu tempo de colégio de Brasília. Ela já morou um ano aqui em Madri, perto da onde moro hoje. Assim que a programação já estava definida: qualquer coisa, desde que terminássemos no El Junco!
Luiz em fechamento de ano fiscal, trabalhando enlouquecidamente. Na verdade, era exatamente o dia do encerramento.
Então, fui minha amiga e eu para o Olé Lola. Gosto de lá pelo ambiente lounge e da possibilidade de beber e comer, coisa que não é tão comum aqui. Boa parte dos bares, depois das 23h só serve bebida. Costuma rolar uma boa música eletrônica também. E assim foi, ficamos por lá até umas onze e pouquinho, quando chegou Luiz. Foi direto do trabalho nos encontrar e tomar uma única dose conosco.
Luiz voltou para casa, afinal, ainda que tivesse encerrado seu ano, ainda trabalhava no dia seguinte. Estava cansado, mas bem. Seus resultados foram excelentes, principalmente considerando a situação do país.
Nós seguimos para o Areia, mais para minha amiga matar a saudade. Pelo menos não estava tão cheio e deu para a gente sentar e conversar um pouco.
Finalmente, toca para a melhor casa noturna de Madri, na minha opinião, El Junco. Acho as noites de quinta por lá as melhores. Geralmente, a música ao vivo rola até uma e meia da manhã, e logo entra o DJ. Mas nas quintas, acontece uma real jam session e os músicos saem brotando na casa e prorrogam a festa até depois das três. Meu amigo barman estava por lá e me serviu minha tradicional dose cavalar de single malt.
Confesso que pelas duas e pouco da matina, estava meio morta. Depois a casa estava cheia e eu derretendo de calor! Chamei minha amiga para irmos embora. Coisa rara, porque geralmente, sou eu que saio puxada dos lugares.
Na saída, a porta estava meio pesada para abrir, me distraí com isso e esqueci que tem uma porcaria de um degrauzinho, que o porteiro sempre avisa, mas justo esse dia não lembrei. Eu com um salto plataforma de uns 10cm, pisei torto. Tinha duas alternativas, tentar não cair e correr o sério risco de torcer o tornozelo, ou aceitar o destino, relaxar o corpo e cair com o menor dano possível. Fui pela segunda alternativa, me estabaquei bem na porta do El Junco! Nem sei direito o que fiz, mas dei um jeito de rolar para não torcer o pé e amorteci com os joelhos. Em segundos o porteiro já tinha me levantado. Fiquei meio desconfiada, porque tinha tudo para ter me machucado feio, mas fui conferindo aos poucos e, tirando minha dignidade, o resto seguia muito bem.
Depois de confirmar que não estava lesionada, saímos rindo para casa do mico. E o pior é que a noite inteira só havia bebido duas doses, ou seja, que nem na bebida podia por a culpa! Paciência, hematoma é feio mas se cura logo, o importante foi não torcer nem quebrar nada!
Minha amiga ainda estava meio tontinha e queria andar mais um pouco para não acordar ruim. Então, ainda demos uma volta caminhando pela Plaza 2 de mayo e as ruas das redondezas. Pelas três nós chegamos em casa.
No dia seguinte, essa amiga viajou para Portugal, mas deixou uma mala aqui em casa, porque voltaria.
Na sexta-feira, tinha um super jantar para oferecer. Temos amigos que se casaram há pouco e vão se mudar de país. De maneira que era difícil dar um presente de casamento, porque eles não irão contratar uma empresa de mudança. Por isso, queríamos fazer alguma coisa que eles pudessem se lembrar depois.
E assim foi, como ela é baiana, queria dar um toque de memória afetiva no cardápio, que foi o seguinte: amuse bouche, ninho de ovo de codorna com caviar e canapé de kani e curry; entrada, um duo de texturas, mini souflê de queijo coalho e bolinho de moqueca; primeiro prato, bobózinho na moranga; prato principal, Beef Wellington com queijo arzúa e creme de batata trufada; queijos; sobremesa, tiramisú de tapioca com redução de Porto e amoras. O maridaje feito com Champagne Heidsieck Monopole Rosé, Vinho tinto Lacoste-Borie – Pauillac 2000 e Vinho do Porto Noval Black.
Depois é só pedir uma ambulância e sair rolando! Enfim, achei uma delícia o jantar e a companhia.
No sábado, pela manhã, recebemos outro casal de hóspedes. Bianquinha escondeu a mala da primeira hóspede e preparou o quarto para os novos ocupantes. O marido, Luiz e eu conhecemos desde a época que ainda éramos namorados, trabalhávamos os três na mesma empresa. A esposa, conhecemos há uns três anos mais ou menos e já nos encontramos em alguns países diferentes. Eles iam para Istambul, e dormiram duas noites aqui de passagem.
No próprio sábado, tínhamos já agendado um churrasco para ir. Mas realmente, para nossos visitantes, não fazia muito sentido ir para a casa de alguém. Melhor aproveitar para descansar um pouco da viagem e passear pela cidade. Como moramos bem no centro, é muito fácil se locomover. Deixamos com eles uma chave de casa e seguimos a programação.
O tal churrasco foi show de bola! Animadérrimo! Costumamos ter música ao vivo nas festas aqui de casa, mas é algo muito democrático, toca quem quiser, se quiser e o que quiser. Os amigos dessa casa também queriam músicos e chegamos a conclusão de que era só contratar e dividir entre os convidados, assim não era pesado para ninguém e também ficávamos à vontade. Porque é difícil separar a amizade do trabalho e nossos amigos músicos vivem disso, né? Pois foi ótimo! Chamamos dois amigos para tocar, eles levaram som, microfone e conduziram a bagunça. A gente levou mais um monte de instrumentos e participou da farra. Adicionalmente, foi um dia gostoso, a temperatura estava boa, as pessoas ficam mais alegres quando o inverno acaba e rolou uma energia muito bacana.
Chutei o balde com vontade e acho que sigo com minha resistência à bebida. Pelo menos, da parte que me lembro, e como se eu não lembro eu não fiz… acho que estava ótima! Porque se não tomei sozinha uma garrafa de cachaça, cheguei bastante próximo a isso.
Mas nosso sábado não acabava aí! Lembra que tínhamos hóspedes? Pois é, saímos do churrasco antes do final, até porque as festas dessa galera são intermináveis, e voamos para casa. Tínhamos jantar já reservado.
Encontramos nosso casal de hóspedes e fomos para o Nikkei 225, uma fusão gourmet de peruano com japonês. Outra chutada de balde impressionante! Degustação completa, acompanhada de duas garrafas de vinho. Tudo uma delícia, jantar e companhia.
Chegamos em casa e depois de tanto álcool na cuca, me dá vontade de conversar com Luiz. Fico falante e emotiva que é uma beleza! Tive uma certa recaída em relação a todo esse processo da gravidez. Ainda é tudo muito recente para estar bem resolvido. Por um lado, me sinto aliviada, leve e com vontade de recuperar minha essência. Ao mesmo tempo, um pouco frustrada e bastante insatisfeita com meu corpo. Sei que vou me recuperar, mas por enquanto, nem roupa eu tenho vontade de comprar. Felizmente, o último mês sem progesterona já começou a refletir e estou menos inchada. Também voltei a correr e a pegar mais pesado nos exercícios, assim que pouco a pouco acho que as coisas voltam para o lugar.
Luiz acha que eu exagero e eu não acho, tenho certeza. Mas para mim é difícil fazer qualquer coisa pouco, eu não sei fazer só um pouco. Meu equilíbrio é sempre nos extremos, nunca no meio. Não sei se isso um dia muda, nem se quero mudar.
Domingo amanheceu e de dia as coisas ganham outra perspectiva, voltam ao seu tamanho real. Acordamos por volta das onze, porque queríamos almoçar em Cuenca. Não acordei exatamente de ressaca, o que é impressionante considerando o dia anterior, mas estava com uma preguiça de lascar! Ainda assim, não íamos perder o domingo, muito menos decepcionar nossos hóspedes, então, bora para estrada!
Cuenca fica há umas duas horas de Madri, é uma cidadezinha charmosa, cuja principal atração são as “casas colgadas” (penduradas). São casas construídas por penhascos. A natureza dessa região é bastante interessante e mais interessante ainda como a cidade se adequou a esse contexto. Há uma série de construções também do século XVII. Enfim, almoçamos por lá e passeamos um pouco. Ainda que estivesse sonolenta, gostei do passeio.
Na segunda-feira, pela manhã, esse casal seguiu para Istambul. Mas lembra que tinha uma amiga antes em casa que foi para Portugal? Pois é, foram eles saírem e ela chegar! Alta rotatividade!
E à noite, era a festa de comemoração dos 50 anos da Casa do Brasil. Organizaram um evento aberto nos seus jardins com Dj Pureza e a Maíra Freitas (filha do Martinho da Vila). E lá fomos nós!
Gostei de ter ido e encontrar os amigos, para variar um pouquinho. Mas dessa vez, assim que acabou o concerto, nós puxamos o carro, porque haja resistência! Nossa hóspede tinha a chave de casa e precisávamos descansar.
Hoje é terça-feira e já vi que a programação seguirá. Minha amiga fica em casa até quarta à noite e na quinta pela manhã volta o casal que está em Istambul. Dormem outra noite e seguem para o Brasil.
Mas essa já é outra história…
Cada dia estou mais aficionada ao seu blog…. Que legal a idéia do jantar, a comida tem Uma casa muito boa. Kkkkkkk
E quarta feira também tem mais, affee ja cansei kkkkkkkkk mas nosso verao realmente esta sendo agitadissimo heim kkkkkkkkk. Que o corpo me ajude rsrsrs. Beijocas Didi