O pirônomo e a incendiária

Há uns dois anos, meu irmão combina conosco de celebrar seu aniversário de 40 anos em grande estilo. Tínhamos um acordo e viajaríamos para onde ele escolhesse. A primeira opção era o Japão ou algum país asiático.

 

Acontece que em dois anos muita coisa muda e por vários motivos, esse plano mixou.

 

De certa forma, até achamos que foi melhor assim, porque quem poderia adivinhar que uma semana antes o Luiz ia descobrir que estava com pneumonia? Mas enfim, ele se recuperou e se aproximava a semana santa.

 

Liga meu irmão na quarta-feira, dia 4 de abril, meio jururu, contando seus planos para seu aniversário, dia 6 de abril. Ele sairia para jantar só com meus pais e comemoraria na semana seguinte. É que ainda por cima, caía no feriado e muita gente estaria viajando.

 

Muito bem, eu ouvi na minha, dando palpites bastante razoáveis de que a gente poderia comemorar outro ano… que ele podia fazer uma festa depois… que o jantar era legal… ainda que essa história não convencia nem a mim!

 

Passou algum tempinho, chegou a hora do jantar e resolvi tomar um vinhozinho enquanto cozinhava. Aproveitar meu recesso de juízo, né?

 

Fiquei pensando: e em que momento eu passei a ser razoável mesmo? As pessoas não me procuram para saber o que é mais correto. Quando elas pedem um palpite, o que querem na verdade é que alguém diga que tudo bem em fazer uma merda de vez em quando se isso te faz mais feliz.

 

Quer saber, catei o telefone. O que você vai ficar fazendo aí? Quarenta anos se faz uma vez! Tudo bem que todas as idades só se fazem uma vez, acontece que os quarenta são emblemáticos! Vindo para cá você só gasta a passagem. Faz as contas de quanto sairia o tal do jantar mais a festa? Pelo menos você terá uma história legal para contar no futuro!

 

O Luiz escutava a conversa da sala… pronto, juntou o pirônomo com a incendiária! Ê família!

 

Ele ficou maluquinho, ligou para minha mãe, afinal, sentia falta de um respaldo familiar, que por sua vez ligou para mim. Coloquei a maior pilha e acabou que minha mãe se animou e meu pai interou a passagem de presente. Maravilha, incêndio iniciado!

 

No dia seguinte, ele embarcou para Madri, chegou aqui no próprio dia 6 de abril, dia do seu aniversário e sexta-feira santa.

 

Do aeroporto já fomos direto almoçar e iniciar as comemorações. Almoçamos no Paralelo Cero. Praticamente abrimos o restaurante, porque ainda era cedo, mas tudo bem que somos de casa.

 

Meu irmão todo acelerado, dizendo que era uma loucura vir para a Espanha por menos de uma semana e tal, mas no fundo, adorando a confusão.

 

No jantar e comemoração oficial, fomos ao Asia Gallery, no Palace. Achei que como não celebramos em um país asiático, pelo menos valia o ambiente. O restaurante é ótimo e temos uma amiga que trabalha lá e reservou uma mesa show de bola!

Foi quando recebemos uma mensagem de parabéns de uma outra amiga, que se lembrou que era nosso aniversário espanhol! Como pudemos esquecer? É que a semana havia sido intensa e nem pensamos nisso. Justo no dia do aniversário do meu irmão, comemoramos ao mesmo tempo 7 anos de Espanha e nossa cidadania espanhola. Fenomenal, mais motivos para celebrar!

 

Do jantar, Luiz veio para casa. Ainda estava se recuperando e não podia abusar.

 

Segui com meu irmão para o El Junco, onde também encontramos uma amiga de Brasília, dos tempos de colégio, que estava de visitas por essas bandas. Só chutei parcialmente o pau da barraca, porque no dia seguinte tínhamos um casamento, mas já chego lá.

 

Do El Junco, fomos ao Olé Lola tomar um drink e conseguir conversar com um pouco mais de calma.

 

E do Olé Lola, fomos para a Pachá. Para ser franca, não é minha praia, tem muita pirralhada. Mas meu irmão queria ir e me importava mais a companhia dos dois.

 

Na volta para casa, ainda paramos na Pá Pizza para não perder o hábito. Nem comi, mas meu irmão sim.

 

Não lembro que horas a gente chegou em casa, mas pelo trajeto, não foi muito cedo.

 

Está pensando que acabou?

 

Dia seguinte, tínhamos um super casamento para ir. Já tinha pedido à noiva para levar meu irmão de penetra e às duas horas da tarde, lá estávamos arrumados e prontos para a próxima!

 

Eu amo casamentos! Acredito sim na instituição e no romantismo. E se não for romântico, no mínimo, acredito no amor. Sei que é piegas, mas foda-se, eu adoro! E essa relação em especial tem uma história muito bonita que acompanhamos desde o início. Não cabe a mim contar a vida dos outros, por isso, só me restrinjo a dizer que estava muito feliz por eles e por poder estar ali compartilhando esse momento.

 

Uma das madrinhas fez um discurso de surpresa para a noiva. Ela havia pedido que algumas amigas lhe enviassem textos sobre o que pensavam da noiva para ela resumir e fazer uma homenagem no momento. Para mim, também foi uma surpresa, porque no final do seu discurso ela leu meu texto na íntegra e me senti honrada de poder ter deixado alguma recordação.

 

Muito bem, se na noite anterior tínhamos chutado meio pau da barraca, nesse dia nós chutamos todos os baldes possíveis! Basta dizer que após um festaço de 10 horas, ainda seguimos para um bar, o Mañana no Salgo, e chegamos em casa pelas três da manhã.

 

O que aconteceu na festa? Só saberá quem foi, pacto de silêncio total. Mas posso contar que em algum momento, me apoderei de umas plumas e incorporei a poderosa arara azul, capaz de realizar desejos. Meu irmão não teve muitos problemas para se enturmar e Luiz, apesar de bastante comportado, também pareceu se divertir. Afinal, devia ser um dos únicos sóbrios no recinto e lhe restava rir dos outros. Resumindo, divertidíssimo! Tudo perfeito!

 

Também não acabou por aí! Até a terça-feira, dia que meu irmão voltou para o Brasil, não paramos um minuto! O tempo foi pouco, mas bastante bem aproveitado em muitos sentidos.

 

Um incendiozinho de vez em quando tem seu valor! E fala sério, alguém que queira um conselho lúcido e razoável vem pedir logo para mim? É porque já quer confusão, né? E já dizia Vicente Mateus, quem está na chuva é para se queimar!

 

 

5 comentários em “O pirônomo e a incendiária”

  1. Bianca, maravilhoso texto!!!! O problema é a curiosidade sobre o casamento e sobre o que aconteceu na semana incendiária!
    Bjks mil Bruna

  2. Ahhhh, mas não posso contar… hehehehehe… cada um que se entregue, só posso falar do meu umbigo! Verdade que muita gente não lembra da metade da festa… rsrsrs… Também posso dizer que na minha bolsinha para a festa estavam um tamborim e um caxixi! Por aí você imagine!

    E, a propósito, a amiga de Brasília que encontrei no El Junco foi Letícia do Santo Antonio 🙂

    Besitos

  3. Hahaha essa que nao lembra da metade da festa sou EUUUU rsrsrs ainda bem que nos reunimos no final de semana pós festa porque ai eu pude ” me enterar” do que aconteceu hahah. Chutamos TODOS os baldes possiveis e impossiveis rsrsrs foi a festa do ano e será lembrada por muiiiiiiiiito tempo hahahahaha. Beijossss Didis. (socorro nao consigo enviar o comentario rsrs)

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