E aí, colocamos ordem no barraco?

Pois então, vamos por partes. Depois da feijoada, a casa tinha uma boa energia. É sempre uma pena não poder chamar todo mundo, mas a gente faz o que pode. O legal é que alguns amigos sairam daqui com vontade de dar festa também, acho que é contagioso.

 

Faxinão na casa, incensos cheirosos comprados em um árabe de Granada, cada coisa indo para seu lugar. Congelador e geladeira liberados, doidinhos para serem novamente recheados. Semana tranquila, de arrumação.

 

Fomos fazer compras, Luiz se animou e comprou uma adega. A gente vem adiando essa compra há anos e nem é nada demais. Simplesmente, uma geladeira pequena para vinhos. Com tanto arruma de cá, arruma de lá, vagou espaço para ela. A propósito, nosso novo brinquedo chegou hoje, mais ou menos após uma semana.

 

Tudo muito bom, tudo muito bem, fomos a um churrasco na casa de amigos no sábado. Domingo, morgação.

 

Segunda-feira, Luiz viajou bem cedo a trabalho para Barcelona. Fiquei fazendo hora na cama até mais tarde, acordo e vou abrir meu e-mail. Meu pai na UTI outra vez, entrou no domingo à noite. Cassilda!

 

Respirei fundo e fiquei fazendo hora para ligar para o Brasil, são 5 horas de diferença de fuso. Enquanto isso, toco a limpar casa para ocupar a cabeça. Na boa, acho que desinfetei tudo! Dava para literalmente comer no chão!

 

Finalmente, consegui ter notícias. Eram preocupantes, mas não pareciam gravíssimas, melhor aguardar. Ele teve novamente uma infecção urinária. Pelo que entendi, é relativamente normal, porque toda a medicação para o câncer na bexiga é tomado via sonda, daí fica propício a infecções. Mas pelo histórico dele, é sempre conveniente ficar sob uma maior atenção no início para que a coisa não se complique.

 

Na terça-feira, esperávamos um hóspede e na quinta, tínhamos passagens compradas para Munique. Que faço? Resolvi não fazer nada e monitorar os acontecimentos.

 

No dia seguinte, acordei na expectativa que meu pai tivesse alta da UTI, o que seria bastante tranquilizador. Notícia que chegou por volta das 15:00hs daqui. Ótimo, porque quando nosso hóspede chegou, pouco antes do Luiz, já estava mais tranquila e otimista. E sorte a deles, porque enquanto precisava esperar, não queria sair de casa e precisava fazer alguma coisa para o tempo passar logo. Resultado, cozinhei para um exército!

 

Beleza, na quarta-feira soubemos que meu pai não só teve alta da UTI, como não precisou passar pela semi-intensiva, foi direto para o quarto. Isso era um bom sinal. Tinha expectativa de ir para casa entre quinta e sexta-feira.

 

Ok, então resolvemos manter a viagem para a Alemanha.

 

De quarta para quinta, veio uma amiga aqui para casa para ficar com o Jack enquanto viajávamos. Ela está se separando do marido e é uma situação bem complicadinha. De maneira, que era conveniente para todos nós que ela dormisse aqui.

 

Na quinta, o relógio tocou às 3:30 da matina. Sim, nosso vôo decolava às 6:00hs. Claro que não dormi bosta nenhuma durante à noite e ainda nos aguardava uma pequena escala de 7 horas no aeroporto de Roma. Queria matar o Luiz! Tudo bem que as passagens nos saíram de graça por milhagem, mas foi praticamente como injeção na testa!

 

Um frio do cacete! Alguém me explica como a gente sai de um calor de 30 graus para um frio de 8? Porque em Madri é assim. Será que deveria viajar mesmo? E se desse merda no Brasil? E se não desse? Ta-quiu-pariu!

 

Tudo bem, Bianca, respira cachorrinho, se acalma, tudo vai dar certo, relaxa!

 

No aeroporto de Barajas, descobrimos que havia um vôo antes em Roma, saindo às 9:00hs. Seria meio corrido, mas talvez nos desse tempo. Não quis me estressar muito com isso, mas não custava tentar.

 

Chegamos a tempo, saímos esbaforidos para um balcão da Alitalia, mas como era milhagem da Delta, não podia ser trocado, mesmo havendo lugar de sobra no avião. Ninguém merece!

 

Quer saber? Estamos aqui mesmo, chegamos cedo, vamos tentar aproveitar. Nos informamos se havia como ir de trem para o centro da cidade. Havia e só levava meia hora. É porque os taxistas romanos são muito bandalheiros e me irrita!

 

Troquei um SMS com minha mãe, meu pai estava bem, com possibilidade de alta naquele mesmo dia. Yes!

 

Deixamos a bagagem no aeroporto, pegamos um trem e lá fomos nós para o centro de Roma. Passeamos um bom trecho a pé e sentamos na Piazza Navona para almoçar. Era cedo, mas pela hora que havíamos acordado, estava com a maior fome.

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Na própria Piazza Navona, na embaixada do Brasil, estavam montado uma exposição em homenagem ao Ayrton Senna. A gente até conseguiu ver alguns carros chegando.

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E aí, tomamos um vinho? Porque não. Luiz tem uma excelente qualidade masculina, não é mesquinho. Eu odeio gente mesquinha! E, sinto muito pelo sexismo, mas homem mesquinho ainda é pior! Pois muito bem, olha a carta daqui, olha de lá, quer saber, estamos almoçando em Roma, não pagamos um centavo de passagem, que tal um Barolo?

 

Perguntar para mim se quero um Barolo? Macaco, quer banana?

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No fim das contas, até que já não estava achando nada mal aquela conexão em Roma. Por outro lado, depois de uma noite não dormida, um jet lag básico e uma garrafa de vinho, minha habilidade de raciocínio estava bastante resumida. Fora que parecia uma míope sem óculos em movimentos lentos e programados, o que não seria nenhum problema se não tivéssemos que voltar para o aeroporto e pegar mais um vôo.

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Lá fomos nós! Chegamos a tempo no aeroporto e não precisamos esperar muito. Não consigo dormir no avião, mas desconfio que babei um pouco.

 

No aeroporto de Munique, nosso amigo foi nos encontrar e seguimos de trem para a casa deles. Minha amiga estava fazendo jantar, um couscous marroquino.

 

Na estação do metrô que saltamos, a maior chuva. Tentamos ligar para nossa amiga vir nos buscar e nada dela atender o telefone. Tudo bem, já deu tudo certo hoje, não temos do que reclamar, pegaremos um pouco de chuva.

 

Começamos a caminhar e escutei uma buzina insistente, olhei na rua e não vi nada. Continuou, olhei outra vez e nada. Nosso amigo alemão, ignorando a buzina, seguia rápido para casa. Até que de repente, vem um carro a toda pela calçada, atrás da gente, buzinando. Pensei, não é possível, um alemão não faria isso, tem que ser ela! Luiz e eu a reconhecemos e tentamos avisar ao seu marido, que não acreditava e continuava seguindo para casa. A gente já estava dentro do carro quando ele resolveu aceitar que era mesmo a sua esposa! Foi engraçado e o melhor, não nos molhamos. Achei até romântico aquele carro buzinando a toda velocidade em uma calçada (alemã) para nos dar uma carona!

 

Na mesa do jantar, outro recado no celular, meu pai recebeu alta e estava chegando em casa. Beleza, acho que agora dá para relaxar e curtir bem a viagem.

 

Mais uma garrafa de espumante alemão rosé, que aliás, foi a primeira vez que tomei e achei interessante, combinou com o prato. Em seguida, mais duas garrafas de um riesling. Um couscous ótimo, um bolo de chocolate… e uma maca por favor!

 

Vamos combinar, café da manhã em Madri, almoço em Roma e jantar em Munich, isso é globalização!

 

Pelas 22hs havia perdido minha capacidade de comunicação em qualquer idioma. Capotei.

 

E como foi em Munique? Foi ótimo, conto na próxima.

8 comentários em “E aí, colocamos ordem no barraco?”

  1. Essa “tua” globalizaçao é tudibão, hein? Ainda bem que vocês nao ficaram no aeroporto, acredite se quiser, tem gente que fica…que bom que tá tudo em ordem 🙂 beijos e nos vemos quinta

  2. Adorei suas dicas de jantar.
    Me ajudaram muito.
    Tb tenho uma gata persa Priscila e o seu qual o nome dele?
    Beijo!

  3. Oi, Suzara! Te respondi no outro post, mas respondo aqui também, nosso gato se chama Jack Daniel’s, a gente costuma chamá-lo só de Jack. Seja bem vinda! Besitos

  4. Oi, Suz! Que engraçado, vocês são quase xarás e escreveram na sequência! É que dependendo do tempo de conexão, dá tanto trabalho que o povo prefere esperar no aeroporto. Mas vamos combinar que 7 horas é coisa para burro! Às vezes, também não tem trem ou metrô e já cheguei a pagar 80 euros para um taxista me levar ao centro de Roma (só a ida!), acredita? E marcado no taxímetro, só podia ser bandalha. Mas enfim, dessa vez deu tudo certo e o passeio com almoço foi ótimo! Até quinta ou quarta na Marusi! Besitos

  5. Hahaha adorei a globalizaçao e viva elaaaaaaa hehehe ai que otimo que puderam dar umas voltas e ainda por cima tomar vinho !!!
    Beijos fiquei esperando ontem o dia inteiro este post agora vou correr pro outro rrsrs

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