…seus males espanta! Já diz o ditado.
Há um bom tempo queria aprender a cantar. Não nasci com o dom e muito menos tenho saco para karaoquê, mas sei que há exercícios que melhoram sua respiração, sua impostação de voz e a verdade mesmo é que queria soltar um pouco a franga. Ultimamente tenho achado cantar terapêutico, então, por que não investir um pouco nisso?
No ano passado, soube da criação de um coral de brasileiros e fiquei louca para participar. Mas minha agenda não batia de jeito nenhum, ainda não havia acabado o mestrado. Não vou dizer que corri muito atrás disso, mas fiquei atenta. Esse ano, felizmente, alguns integrantes desse grupo resolveram se reunir e continuar o projeto. Convidaram outros iniciantes a entrar.
Não pensei duas vezes e de quebra, Luiz também se animou. Pois então, lá fomos nós no primeiro encontro, onde uma professora iria apresentar seu método para ver se a gente gostava e tal.
Eu embarco nessas histórias, mas admito que no início sempre sinto um pouco de vergonha. Entretanto, logo que chegamos encontrei uma amiga e fiquei mais a vontade. Outras pessoas que conhecíamos foram chegando e, mesmo quem não conhecia, a grande maioria, parecia estar no mesmo barco.
A vergonha não durou muito, acho que não durou quase nada. O grupo é de gente legal e a professora deixou todo mundo bem tranquilo. Fomos pouco a pouco exercitando e entrando no transe da música. Quando percebi, estava amarradona em um grupo de 17 pessoas cantando Caetano Veloso e Naná Vasconcelos.
Claro que ajuda bastante o fato de estar em um grupo, as imperfeições se dispersam no conjunto de vozes, pelo menos ao meu ouvido amador. Mas até isso vi de maneira positiva, porque funcionou. Ficou bonito.
Saímos todos com aparência leve e sorrindo mais do que chegamos, a música tem esse poder. Faremos um encontro semanal e o próximo é depois de amanhã, em pleno feriado que ignoramos porque queríamos continuar a cantar.
A parte hilária são os exercícios que aproveito para fazer em casa quando não há ninguém. Fico como uma maria-doida pela casa fazendo “tttrrrrrrr”, “ssshhhhhh”, e “mmmaaaaaa” em diferentes tons. Meu gato me olha com cara de interrogação e os vizinhos devem estar a-do-ran-do!