52 – Agora sou batuqueira

Sempre fui alucinada com percussão, idéia vetada na minha casa desde o início. Tudo bem, realmente ter uma filha tocando bateria não deve ser a coisa mais legal do mundo, mas acho que levava jeito para a coisa.

 

Minha tia, por parte de pai, foi baterista e tocava abrindo os shows do Mario Mascarenhas, irmão do meu avô. Imagino que seus ensaios devam ter contribuído para o não rotundo em relação ao meu intresse pelo assunto.

 

Meu pai tocava com os amigos no fim de semana no clube, honestamente, era minha visão de inferno. Mas por outro lado, tinha disponível em casa alguns intrumentos, como tambora e tamborim, e de vez em quando dava uma arriscada.

 

O mais próximo que cheguei foi tocar caixa na banda do colégio, que não é lá nenhuma Brastemp e me fazia usar aquela roupinha ridícula com penacho na cabeça. Mas vai, pelo menos, rolava uma batucadinha no final dos ensaios, que era divertido.

 

Levo um tempo com vontade de estudar percussão. Dessa vez, sem grandes ambições de ser baterista, mas por aprender uma língua nova. Sinto que já fui melhor em ritmo e acho que essas coisas a gente não pode deixar de praticar, porque perde. Ainda tenho condições de aprender e resolvi arriscar.

 

Quando a gente quer algo, parece que tudo se encaminha para isso e assim foi. Nosso grupo do coral entrou de férias no fim de junho. Entretanto, havia muita gente que não ia viajar em julho, incluindo nossa professora. Começamos a botar pilha para continuar as aulas mais um mês. Daí surgiu a proposta de fazer julho dedicado à percussão. Perfeito!

 

Não dá para em um mês você sair mestre de escola de samba, é simplesmente para pegar um gosto, ver o básico. Pois como se podia imaginar, peguei muito mais que gosto. Luiz também se animou.

 

Resultado, já temos um repinique, um tamborim e um chocalho. Encomendamos um pandeiro e estou doida por um surdão! Sim, me amarrei no surdão. Aula passada tivemos um pouco de samba reagge e me senti negão do Candeal. Tu-gu-du-gu-dum tum tum tum… Dá a maior sensação de poder! O problema é que tinha que tocar em um Djembe meio grande e pesado, no final, minha perna já estava trêmula. É um exercício e tanto! Mas acho que se tocar naquele que tem um pé apoiando, dou conta. No braço, tenho quase certeza que me garanto.

 

Resumindo, óbvio que não podia me apaixonar apenas pelo tamborim, né? Tinha que ser pela marcação do surdo!

 

Ainda tenho bastante dificuldade e acho que precisarei treinar muito. Acho complicado cantar e batucar ao mesmo tempo, quase sempre ou faço um, ou faço outro. Talvez com os ensaios eu vá melhorando. Não sei, mas vou tentar. Até porque é viciante, toda hora me pego batucando na perna o que a gente aprende na aula, para ficar automático.

 

Eu já não ando pela rua muito normal. Vivo caminhando rápido com minhas botas de trekking e uma mochila laranja. Depois, passei a cantarolar sozinha. Agora, ainda por cima, fico batucando nos meus instrumentos imaginários! Qualquer dia me internam!

 

Go Forrest, go!

 

 

 

8 comentários em “52 – Agora sou batuqueira”

  1. Também queria aprender a batucar algo, mas batucar de verdade, com ritmo….mas sou muito descordenada! Esse final de ano qdo estive no Brasil tentaram me ensinar a tocar pandeiro. Tá certo que não fui muito insistente, mas não consegui tirar nenhum som que prestasse! 🙂

  2. É chic, realmente essa tal da percussao é viciante né? Eu tbem ando pelas ruas cantarolando e batucando rsrs só nao estou de bota e mochila hahaah
    E voce sim MANDOUUUUUUU MUIIIIIIIIIIIIIITO BEMMMMMM no surdao !!!!!

    “A por el” simmmm!!!!

    “Olodum ta rico
    Olodum ta pobre
    Olodum pirou de vez…”

    Beijoss

  3. Oi, Glenda!

    Às vezes é uma questão de treino, além de também fazer muita diferença o instrumento que você escolha. Talvez em Sevilla seja mais fácil aprender a tocar “cajon flamenco” 🙂

    Bom, estou adorando e recomendo! Quem sabe você volte a se animar…

    Besitos

  4. Oi, Didis!

    Eu sei que você também está viciada! Vi bem você batucando na perna no show do Toquinho… hehehe… todo mundo praticando, né?

    Ai, ai, acho que não vou resistir ao surdão… será?

    Besitos

  5. Oi Bianca! O que é do homem, o bicho não come! O “timing” foi um pouco diferente do que você imaginava, mas taí: Bianca na Batucada!

    Besitos!

  6. ei, te encontrei porque nesse momento estou procurando instrumentos pra comprar mais aqui no mexico onde eu vivo esta dificil encontrar um surdao um e uma cuica, queria saber se vc esta no brasil e qual seria a melhor maneira de conseguir!!!
    queremos fazer uma banda pra tocar em festas e outros eventos que a migraçao mexicana sempre faz aqui no mexico!!!

  7. Oi, Brian!

    Moro em Madrid, de maneiras que tenho um problema parecido ao seu para encontrar os instrumentos. A gente achou buscando pela internet lojas que vendessem instrumentos considerados “exóticos” ou “étnicos”. A melhor opção é realmente ter algum amigo viajando entre Brasil e Mexico, o que infelizmente nem sempre é possível. Sorte para vocês! Besitos

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