Esse é um daqueles textos que acho difícil escrever, repletos de entrelinhas, onde só vale se eu me expor sem pudores e chamar meus demônios pelos seus nomes. É pessoal.
Há um certo tempo, tenho sentido uma vontade grande de raspar minha cabeça. E talvez, seja um ato melhor entendido pelas mulheres, porque nossos cabelos tem milhões de simbologias e estão intimamente vinculados a como queremos nos apresentar, nos descrever, nos (re)definir. Para uma mulher, decidir cortar os cabelos bem curtos é sempre, pelo motivo que for, um ato de coragem.
Já escrevi sobre isso antes, não venho aqui me repetir, apenas coloco em contexto.
Em novembro passado fiz 50 anos e isso marcou para mim o fim de um ciclo. Eu funciono entre ciclos e rituais. E ainda precisava do meu ritual de passagem. Escolhi duas metas, ou metáforas, fortes para marcar fisicamente esse ciclo e esse ritual, uma tatuagem grande (que ainda não fiz, mas está nos planos) e cortar meus cabelos bem curtos.
Não estabeleci datas nem prazos, era algo a ser feito no momento que sentisse estar pronta. Assim que percebesse que uma mudança real estivesse prestes a acontecer ou houvesse iniciado, que estivesse à vontade com meu rosto sem maquiagem, tranquila com o peso que meu corpo carrega, sem culpa nem arrependimentos, mas querendo muito, sinceramente, renascer melhor.
Estou pronta.



Adorei Bianca! Eu tb após completar os 50, logo após a viuvez, cortei meu cabelo curto. O que me deixou tb com os cabelos sem luzes. E um tempo depois fiz uma tatoo, com o Sandro. Chega uma hora que exterior não combina mais o interior. Amei!!! Pelo visto grds novidades vão surgir! God save the queen!!!! You!!!
ADOREI!! Linda, moderna, segura, dona de si mesma, despida de qualquer convenções sociais. Poderosíssima! Desde a minha adolescência tenho como você essa vontade (na verdade é mais uma decisão clara) de raspar a cabeça. Sei que vou fazer quando chegar a hora. Parabéns Bi! Arrasou! Beijão
Obrigada, Claudia! Essa história eu sabia que você entenderia muito bem! 😉 Sim, chega nossa hora e você saberá quando chegar a sua! 🙂 Beijão
Obrigada, Ana! Que boas novidades cheguem a nós todas! E, a propósito, também devo fazer minha tatoo nova com Sandro… rsrsrsrs… Beijo
Corajosa! TJ
Tamo juntU, Nibita!
Compreendo perfeitamente sua decisão. Agora em tempo de coronavírus e quarentena, aproveito para deixar meus cabelos naturais, sem tintura e, assim, assumir os fios brancos próprios dos meus 61 anos. Encaro como uma libertação dessas exigências que fazemos a nós mesmos. Grande abraço.
Oi, Cristina! Sim, essas atitudes são libertadoras! No meu caso, parei de pintar os cabelos há uns 6 anos, eu acho… por aí. Fiz o caminho oposto da maioria das mulheres. Comecei a pintar meus cabelos com uns 15 anos, porque achava divertido mudar sempre as cores e, claro, pela idade, não foi por ter cabelos grisalhos. Foi justo quando comecei a notar os primeiros cabelos brancos que decidi parar de pintar e assumí-los. Juro que achei o máximo e me senti super poderosa! 😀 Aproveitei quando fiz minha primeira doação de cabelos, cortei curtinho (não como agora, mas curto)e daí ele já cresceu natural. Porque é um pouco chato quando fica só a raiz aparecendo, mas depois que eles se misturam com o restante dos cabelos, acho que fica ótimo!O único que não acho tão legal dos fios brancos é que são mais rebeldes e ressecam mais fácil, o resto, tranquilo. Beijo