Demorou, mas chegou e com força. O inverno finalmente aterrizou com vontade. Semana passada em Madri as temperaturas ficaram em uma média de 5 graus e amanhã deve chegar a zero. No último fim de semana, as estações de esqui da redondeza começaram a abrir.
Não sou fã do inverno e estava achando aquele outono esticado muito agradável. Por outro lado, esse frio contraditoriamente me tranquilizou. Estava muito encucada com a história de aquecimento global e blá, blá, blá… e de certa forma, a baixa temperatura me fez respirar aliviada e acreditar que o mundo pode ter solução. Sei lá, veio como uma mensagem de otimismo.
Minha tolerância ao frio está muito boa, melhor do que a maioria dos espanhóis que conheço. Acho que devido às nossas idas frequentes à pista de neve artificial. O que acabou acontecendo foi uma exposição regular a 2 graus negativos, de maneira que o frio atual não está nos afetando tanto. Tem um monte de gente gripada e o vírus nem triscou nossa saúde. Bom sinal.
Mesmo assim, sofro alguns efeitos desagradáveis, mas que venho aprendendo a contornar. A diferença de iluminação ainda me incomoda bastante, acredito que seja a parte mais difícil.
Aprendi a baixar a calefação até um máximo de vinte graus. É que tenho um tipo de mal estar, que parece uma baixa de pressão, quando saio do frio e entro em um lugar muito aquecido. Dá uma certa tontura, enjôo, às vezes até uma claustrofobia leve. Com o aquecimento da casa mais baixo o choque da entrada é reduzido, além do que, acordo melhor e não fico tão mole.
Agora preciso rever a alimentação. É importante introduzir algumas vitaminas e gengibre. Já estou craque nisso. Só não posso relaxar, senão esqueço e quando me dou conta, lá vem a deprê do inverno.
Bom, mas também tem um ótimo remédio para o desânimo que ocorre exatamente por essa época, as deliciosas rebajas! Aliás, golpe de mestre do comércio colocar apetitosos descontos bem na hora que a gente quer uma compensação! Ai, que perigo!