68 – Mais (ou menos) um capítulo da novela documentação

Ontem cumpri mais um passo nesse longo caminho que consiste a regularização da documentação de uma imigrante. Pronto, já assumi, sou imigrante mesmo! Paciência.

 

Essa etapa foi a da renovação do meu NIE, como expliquei algumas vezes, é a carteira de identidade do estrangeiro. Na primeira etapa, a sua carteira vale por um ano; nessa segunda, vale por dois anos. A minha primeira carteira, ou tarjeta, como chamamos aqui, venceu em abril e demorou todo esse tempo de burocracia, sete meses, para ser tudo aprovado e eu poder tirar as digitais outra vez e entregar novos retratos. Nesse período, sou legal no país, mas não possuo um documento em mãos que prove isso, o que é bem incômodo. Ficava sempre na dúvida se alguém ia me fazer provar que fucinho de porco não é tomada.

 

Na verdade, existe uma declaração de viagem que posso tirar, caso precise deixar o país e voltar durante esse período de trâmite da documentação. Tirei uma que valeu até agosto passado e talvez precise tirar outra agora, pois viajarei no Natal e Ano Novo. É que depois de tirar as digitais, huellas em espanhol, a carteira demora cerca de quarenta dias para ficar pronta e viajarei antes disso. Tudo bem, daí é só esperar, não há mais nada a ser aprovado.

 

Devo confessar que dessa vez foi bem melhor do que na primeira. Começa que adiantou um passo. Na primeira vez, ainda existia um documento intermediário entre a carta que recebi e o dia que tirei as digitais, mas isso é muito chato de explicar. Depois, da primeira vez passei quatro horas em uma fila, do lado de fora, a cinco graus centígrados! Agora, havia  uma advogada me acompanhando, que contratou uma pessoa para guardar lugar na fila, ou seja, quase não esperei. Até que enfim tive alguma mordomia latina! Já estava desacostumada.

 

Mas definitivamente, o que me chamou atenção mesmo foi o atendimento dos funcionários espanhóis, sensivelmente melhor. Considerando que sempre reclamo do que não gosto, preciso ser justa e elogiar a evolução. Primeiro, acho que as pessoas aprenderam o serviço. A lei de imigração aqui mudou muito no ano passado e acredito que ninguém sabia muito bem o que estava fazendo. Os processos já estão mais ajustados e há bem menos gente a ser atendida.

 

Depois, tenho certeza que houve algum tipo de treinamento dos funcionários. Sou ex-consultora e farejo isso de longe. Quando a segunda pessoa que te atende, antes de começar a fazer qualquer coisa, te olha nos olhos e diz bom dia, pode acreditar, isso não é berço, é treinamento.

 

Enfim, foi um alívio. Por mais que estivesse com tudo certinho, sempre acho que na hora pode surgir algum porém. É uma neurose, mas o pior é que às vezes eles encrencam. Felizmente, não aconteceu nada imprevisto e, ainda por cima, o atendimento foi ótimo!

 

Como havia imaginado, até minha tosse melhorou! Também, menos um sapo-boi entalado na garganta!

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