41 – A saga do esqui

Com a facilidade do carro e o finzinho de férias que me resta, estamos aproveitando todo intervalo possível para ir ao shopping onde há a pista de neve artificial. Luiz chega do trabalho e a gente sai com a bagagem de inverno para esquiar.

 

Ainda me custa um pouco no início, mas cheguei a conclusão que no fim me faz bem e me divirto de forma saudável. Pela primeira vez na vida, sinto falta de uma atividade física que não seja balada ou caminhar pela rua sem muito compromisso. Tenho sentido falta de esporte e isso é inacreditável!

 

Sei lá, acho que tanto eu como Luiz estávamos precisando de alguma atividade que transformasse energia em endorfina. Fazer isso em um ambiente totalmente artificial, de certa forma, nos coloca em uma capsula de tempo fora da realidade. É como se por alguns momentos, a gente pudesse viajar para um lugar longe, com outra estação climática, onde a gente utiliza outros músculos e se concentra em algo totalmente diferente. Fazer isso como fuga pessoal poderia ser complicado, mas fazê-lo junto e nos divertindo, na verdade criou uma boa dose de cumplicidade.

 

Não é que me divirta o tempo todo, acho que tenho mais dificuldades do que prazer. É como as primeiras vezes que a gente dirige e precisa pensar em cada movimento, apertar embreagem, trocar a marcha, olhar o retrovisor… depois fica automático. Ainda não cheguei na fase automática, desço a ladeira o tempo todo pensando: concentrar em um ponto fixo para evitar a vertigem, virar o esqui para a curva, cacete ficou rápido, controla, beleza, agora o outro lado, melhor, tem que descer mais, faz a curva mais rápido, merda esqueci o ombro, relaxa a porcaria do braço, ui, curva outra vez, olha para frente, caraca, mas vem gente atrás rápido, que-que-eu-tô-fazendo-aqui, bom mas já não estou tão alto, foda-se, mais velocidade, atitude, atitude, cara de marrenta, controle… e assim o tempo e o medo vão passando. Até que uma hora o vento frio batendo no rosto é gostoso e sinto que, com toda a dificuldade, eu desci. Então, por que não mais uma vez? Se eu botar um pouco mais de força na perna e relaxar um pouco mais o ombro…

 

O que Luiz pensa ou sente, cabe a ele contar se quiser, mas pela sua forma mais relaxada de esquiar, deve ser menos tenso que eu. De qualquer forma, saímos os dois com cara de mortos e uma fome de leão! Uma vontade de injetar proteína na veia! Carne, por favor!

 

Dessa vez, resolvemos fazer a carteirinha VIP, olha que chic. Pagamos um valor fixo e podemos ir quantas vezes e horas quisermos por um trimestre. Pior, ando pela casa fazendo exercícios improvisados para melhorar minha musculatura e esquiar melhor. ¡Joder!

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