25 – Fui ao Brasil

Cheguei no Brasil dia 04 de julho de 2006. Em função do fuso horário, aterrisei no Rio de Janeiro no mesmo dia que viajei, como se a viagem que dura dez horas tivesse durado apenas cinco. No aeroporto, graças à greve da Receita Federal, esperei por duas horas minha bagagem, com meus pais de molho do lado de fora, também esperando.

 

O pior é que disseram para gente que estavam passando todas as malas no raio-X. Bom, não trazia nada de perigoso ou criminoso, entretanto, vinham algumas coisinhas, digamos, ligeiramente ilegais. Claro que levei uma mala cheia de comida! Uma pata inteira de jamón ibérico, fuet, azeitonas com anchovas, azeite de oliva enfurecido y otras cositas más! A possibilidade de deixar isso tudo no balcão da alfândega não era nada animadora. Roupa mesmo, nem tinha tanta, normalmente, gosto de viajar super leve e tenho prática em fazer malas só com o necessário.

 

No fim, deu certo e, apesar da longa e ansiosa espera, minha mala não foi aberta.

 

Na casa dos meus pais, foi o tempo de distribuir os regalitos, conversar um pouquinho, fazer uma mala menor e dormir. No dia seguinte, pegamos a estrada para Belo Horizonte, pretendia dividí-la com meu pai, mas acabei me esquecendo de levar a carteira de motorista. Que mancada! Luiz depois mandou para mim pelo correio, o que corrigiu essa minha falha técnica.

 

Foi uma viagem bem tensa, não tinha muita certeza como encontraríamos meu avô, motivo da nossa ida a BH. Estava muito concentrada e com todos os intintos em absoluto alerta.

 

Quando o encontrei, olhei direto em seus olhos e procurei o que não queria ver. Não estava ali, soube que não era sua hora e, no meu egoísmo de neta que não queria perdê-lo, respirei aliviada. É difícil ter esse dom bendito e maldito, mas finalmente ele me trouxe uma boa notícia.

 

Ficamos na casa da minha tia por quase uma semana, que vou contar com mais calma. Foi denso e difícil, também com lições e momentos importantes que vou me lembrar.

 

Meu avô conseguiu se tornar uma pessoa melhor, venceu a barreira de demonstrar seus sentimentos, foi capaz de perdoar e aceitar ajuda também de onde não esperava. Está conseguindo ser para os outros a pessoa que sempre foi para a família, um homem bom.

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