103 – Primavera, brechó, terrazas…

Finalmente, a primavera parece ter dado as caras. Oficialmente já havia chegado, mas todo início de estação é meio inconstante, como se o próprio tempo também precisasse se adaptar às mudanças.

 

Meu humor segue a luz, a medida que os dias vão se esticando, vou também me expandindo e tendo mais vontade de fazer as coisas. E mesmo que não faça nada, sou envolvida por um otimismo e uma energia diferente. Dá vontade de aproveitar os dias e tomar sol. Diferente do inverno, acordo sorrindo, mesmo com preguiça e sem conseguir pensar direito.

 

Nesse sábado, participamos de um brechó. Muito divertido! Aqui conheci vários brasileiros através do orkut, e também por lá fiquei sabendo do tal brechó de primavera. Por coincidência, a amiga que estava organizando, conheci através do blog, ela também tem um que frequento e aproveito para fazer a propaganda www.dmadrid.blogger.com.br .

 

Enfim, foi um espaço organizado para você levar coisas da sua casa, como utensílios e roupas, que estivesse disposta a vender ou trocar. Algumas pessoas, que trabalham com vendas, também levaram coisas novas, como biquinis, bijouterias etc.

 

Achei a idéia ótima! Por acaso, havia dado uma tremenda limpa em casa e tinha algumas coisas que me davam pena jogar fora, mas ao mesmo tempo, não tinha para quem dar. Por que não vender a um preço baratinho? Luiz se animou e também deu uma revisada no seu armário. E lá fomos nós, os dois muambeiros, vender praticamente tudo a 1 euro por unidade.

 

Chegamos ainda no início, o que nos deu a sorte de encontrar um bom local para expor a mercadoria. Entretanto, as pessoas que haviam chegado até aquele momento levavam coisas novas e confesso que me deu um pouco de vergonha. Será que tinha entendido bem a proposta? De qualquer maneira, a gente já estava lá mesmo e quem entra na chuva…

 

Depois de um tempinho as pessoas começaram a chegar e havia de tudo. Fiquei mais à vontade e, digamos que fomos aperfeiçoando nossa cara-de-pau. No final das contas acho que fomos os que mais venderam, com a menor rentabilidade da reunião. O importante é que a gente se divertiu e tínhamos um excelente argumento de venda. Mas esses óculos não são masculinos? Veja bem, custa 1 euro. Não tenho certeza se esse tênis vai caber… Mas veja bem, custa 1 euro. Estou meio na dúvida se levo os talheres… Presta atenção, custam 1 euro, o conjunto!

 

Aproveitei e comprei dois colares lindos e baratíssimos! Além de trocar uma blusa por um casaco. Sem dizer que, ainda por cima, as meninas levaram comidinhas e refrigerantes que acabaram sendo nosso almoço. Conhecemos um monte de gente e, para tudo isso, pagamos 2 euros pela nossa participação. Quem poderia dizer que não acabamos no lucro?

 

De lá, fomos bater na porta da casa de um casal de amigos. A gente tinha mais ou menos combinado, mas não conseguimos confirmar por telefone depois. Talvez munidos da cara-de-pau recém adquirida no bazar, arriscamos ir de qualquer jeito e aparecemos meio de surpresa. Se o dia já ia divertido, a noite completou nosso sábado. Esticamos a conversa até bem umas duas ou três da manhã.

 

Domingão, acordamos tarde. Um amigo chamou para almoçar e fomos em um restaurante africano que gostei muito, chama Kim bu mbu. Deve querer dizer alguma coisa em alguma língua, mas espero que não signifique turista babaca, porque esqueci de perguntar. Importa que a comida era gostosa e a decoração exótica. Bom papo, relaxante.

 

De lá, quis voltar caminhando para casa. Não era tão pertinho assim, mas como dispensar aquele dia agradável? Pela primeira vez no ano, pude tirar o casaco em Madri e andar com uma blusa bem fresca. Como é bom!

 

Fiquei surpresa ao ver que as “terrazas” do Paseo de la Castellana já começaram a abrir, isso costuma acontecer mais próximo ao verão. Terrazas, nesse caso, são os bares e restaurantes com mesas ao ar livre. Digo nesse caso porque também pode ser a tradução de varanda, em uma casa ou apartamento. O conceito que está por trás é desfrutar a área externa e obedeci ao pé da letra.

 

Depois ficamos só de preguiça em casa. Em Madri, existe o costume que nunca entendi direito de fechar os restaurantes no domingo à noite. As ruas, que normalmente estão repletas, faça chuva ou faça sol, se esvaziam ao anoitecer do domingo. Não é que não exista o que fazer, mas em comparação com os outros dias e horários durante a semana, incluindo o sábado, é significativamente mais vazio.

 

Daí jantamos em casa, aproveitei e fiz uma carne seca desfiada e acebolada daquelas! Deu sede a madrugada toda, mas da minha parte, nenhuma reclamação.

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