67 – E como foi a famosa feijoada?

 

 

Como podia ser? Vamos começar pelo final, fazendo um ligeiro balanço, foram 150 latas de cerveja, 4 garrafas de cachaça, 2 garrafas de vinho (até vinho!), whisky, vodka, um batalhão de refrigerante, 5 kg de feijão, 4 sacos de farofa… enfim, foi bom pacas!

 

Durante a semana, deixei tudo organizado. De maneira que, no sábado, estava tranquila para aproveitar a festa. Sempre sobra alguma coisinha para o dia, mas nada que sobrecarregasse. O feijão, fiz a fogo lento no dia anterior, cada carne ao seu tempo. As carnes, desalguei em três dias, preferi deixar quase tudo com um ponto menos de sal, porque dessa vez havia mais estrangeiros que o habitual. Aqui não se encontra a nossa couve, mas foi substituída quase que perfeitamente por folhas de acelga. Foram seis braçadas de folhas, picadas fininhas e refogadas com bacon e alho. A farofa, relaxei e servi a pronta de saquinho. Uma tonelada de laranjas picadinhas para equilibrar o paladar. Enquanto o pessoal chegava, servimos bolinho de bacalhau, linguiça, vinagrete, pão de queijo, azeitonas, batatinhas e torresmo.

 

Aqui em casa não se anda de sapato, mas costumava ignorar essa regra nos dias de festa. Ficava sem graça de pedir as pessoas, ainda que Luiz insistisse que ninguém ia se importar. Quer saber, dessa vez, não me fiz de rogada, vamos facilitar a vida da Bianquinha, né? Festa descalça!

 

 

Além do mais, fizemos camisetas, os abadás, distribuídas logo na chegada. Todo mundo entrou no clima e acho que isso também acaba deixando os convidados mais à vontade. E com tanta gente legal junta, só podia dar certo.

 

Aliás, só tem figura viu? Coloquei na mesa uma pimenta, daquelas enfurecidas. Mais prudente escrever do que se tratava e avisei em um bilhetinho “pica mucho”. É claro que não deu 3 minutos para alguém conseguir uma caneta e inverter a ordem dos fatores. Para os espanhóis, não fez nenhum sentido porque a gente achava isso tão engraçado.

 

 

Nosso amigo músico caprichou, não só trouxe instrumento, mas também um amplificador. Profissional mesmo, um privilégio. O percussionista trouxe seu pandeiro e o resto temos por aqui. Sabe que o negócio ficou bom? Outros convidados e convidadas se animaram a tocar. Eu mesma bem que me atrevi ao mico no tam tam, mas só um pouquinho, porque o povo sabia o que estava fazendo. Eles me aturam porque faço feijoada. Tudo bem, vou praticar, me aguardem! Luiz ainda tocou mais tempo, fui cuidar da sobremesa.

 

Uma amiga ficou encarregada dos doces e, exagerada, fez um bolo de aniversário, dois pavês de chocolate, um pudim e um mousse de limão. Pois ainda bem que exagerou, porque foi tudo! Isso depois de uma baixa importante de feijuca!

 

Cantamos parabéns em ritmo de samba. Felizmente, havia outros dois aniversariantes na festa, assim Luiz pode compartilhar o momento.

 

 

 

A caipirinha não faltou, nem pode faltar. Fizemos um cartaz com instruções, fotos, ingredientes e cada um ficou encarregado de fazer a sua. Nas primeiras festas o Luiz preparava todas, algumas vezes, amigos se oferecem para mestres caipireiros, mas a verdade é que ninguém merece ficar a festa inteira espremendo limão. E depois, descobrimos que, principalmente os estrangeiros, estavam loucos para aprender como se fazia. Então, pronto, daí por diante foi caipirinha self service!

 

Pessoalmente, continuo fiel à purinha envelhecida, Luiz igual, e já convertemos vários discípulos da cachaça. O divertido é que, no início, eles sempre acham que podem me acompanhar. Aviso aos navegantes que não tentem sem a supervisão de um adulto! Se bem, que dessa vez ninguém saiu torto, acho que o feijão segurou bem a onda. Ou será que sou eu que não lembro?

 

Os últimos convidados se foram por volta das duas da manhã. Já falei que se alguma festa aqui durar menos de dez horas, vou começar a ficar preocupada achando que foi fraquinha.

 

Luiz só ganhou presente legal e, porque não, vários poderei disfrutar. É verdade que antes meu telefone não parou de tocar para consultorias secretas sobre o que dar ou não dar. Vamos combinar que presente para homem é difícil para burro, mas olha que o pessoal se esmerou.

 

Cozinhar para umas 50 pessoas… uma semana de trabalho; conseguir carne seca e linguiça defumada em Madri… meses de contrabando; cerveja na temperatura correta… 15 sacos de gelo; Luiz achar um aniversário divertido… não tem preço!

 

 

7 comentários em “67 – E como foi a famosa feijoada?”

  1. Hmmm, devia estar uma delícia! A festa, a feijoada, a caipirinha…sinto falta de uma parceria animada assim aqui em Sevilla! 🙂

  2. Pois é, essa eu perdi, mas quem sabe pra próxima?… vi as fotos no orkut e realmente parece que foi muito bom, muito animado, que, enfim, “moló mogollón”!
    Beijos!

  3. Oi, Glenda! Modéstia às favas, estava bom mesmo… heheheh… Pessoalmente, preciso de vida social, sinto falta de gente e temos muita sorte com os amigos que conhecemos. Quando vier por Madrid, avisa que a gente marca alguma coisa. Besitos

  4. Oi, Alessandra! Claro, não é possível que a gente não consiga se encontrar nesse próximo ano!

    Besitos

  5. Eu o o Nando estamos nesse grupo de seguidores da cachaça rsrs vc nao tem ideia da carga que trouxemos rsrsrs
    Ai que peninhaaaaaaaaaa nao estar aquiiii chica. Estou morta e nem posso piscar, desde as nove qdo cheguei , nao paro de trabalharrrrrrr. SOCORRO QUERO FERIAS hahahah
    beijos imensossssssss e saudadessssssss

  6. Oi Bianca e Luiz
    Que legal que tudo correu bem, e as fotos estão ótimas!
    Mas que farra heim?!
    Tudo aquilo de “mé” é muito bicho!!!!
    Então meus parabens e muuuuuuitos anos de vida.
    Beijos
    Marianne

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