Quem mora em Madri ou já esteve por essas bandas, sabe exatamente do que estou falando. Ainda que se note algumas melhorias, pequenas, mas se nota, o normal é que o cliente seja visto como o chato da história. Afinal de contas, quem precisa de cliente não é mesmo? Todo mundo está careca de saber que dinheiro cai do céu e que qualquer negociante só abre um comércio por falta do que fazer!
Na terça-feira, fomos a um jantar de aniversário no Gaudeamus Café. Sejamos justos, o lugar é uma graça! Fica em um edifício antigo em Lavapiés. O prédio é maravilhoso, foi restaurado e é ocupado por escolas. Na cobertura, fica o restaurante. Charmoso, gente bonita e com um grande espaço para mesinhas ao ar livre.
Pois muito bem, como de costume, fomos os primeiros a chegar e nos dirigimos para a mocinha que recepcionava as pessoas. Dissemos que tínhamos uma reserva no nome da aniversariante. Ela conferiu, encontrou a reserva e nos disse, mas é só para às 21:00hs! Respondemos, mas são 21:10hs. Ah, são? É mesmo! Sorrimos todos, natural, alguém se confundiu com a hora.
A conversa prosseguiu. Mas aqui diz que a reserva é para 12 pessoas. Então, eu prefiro que vocês esperem aqui até a maioria chegar. Porque senão, toda hora eu terei que levar alguém na mesa.
Hã? Ela repetiu.
Vamos traduzir, eu, a garçonete, prefiro (o verbo utilizado foi exatamente preferir) que vocês clientes fiquem aqui em pé, sem consumir nada, esperando os outros amigos de vocês que devem chegar em algum momento. Quando já tiver bastante gente, vocês me chamem outra vez, porque eu é que não vou ficar para lá e para cá levando vocês na mesa, né?
Convém explicar que isso não foi dito em tom de raiva, coisa que eventualmente pode acontecer. Foi dito assim com um sorriso, como se fosse muito natural. O cliente que espere! Claro!
Logo depois, chegou a aniversariante. Para ela, foi dado o número cabalístico de um mínimo de sete pessoas, ou seja, assim que conseguíssemos reunir sete amigos, ganharíamos o direito supremo de nos sentar à mesa.
Nesse dia, estava de bom humor, além de ser convidada. Ou seja, não estava para criar caso com ninguém. Além do mais, as pessoas eram ótimas! Então, a gente simplesmente tentou relaxar e aproveitar.
Na mesa, descobrimos o seguinte, para grupos havia um menu fixo com algumas opções compartilhadas. Isso significa que você não pode eleger todas as opções do cardápio, tem menos escolha. Ou seja, vamos facilitar também para o pessoal da cozinha, né? Vai ficar cada um pedindo uma coisa diferente? Tenha dó, vamos trazer um pouco de cada coisa e vocês dividam aí entre os convidados, pronto!
Bom, tudo bem, pessoalmente, até que gosto de provar de tudo. Então, podemos fazer o pedido?
É que tem mais um detalhe, já estão todos na mesa? Porque a comida precisa ser pedida toda de uma vez só.
Ai, cassete! Respira fundo, Bianca, a culpa não é desse ser que está parado na sua frente, ele é apenas o mensageiro. Não mate o mensageiro!
Finalmente, nosso garçon, que era gente boa, nos ofereceu uma saída. Vamos pedindo as entradas enquanto o último convidado não chega. Beleza! Minha paciência e meu estômago agradeceram.
A partir daí, melhorou bastante. A comida era gostosa, bem feita e o atendimento foi bom também. O garçon tirou até foto para a gente, com duas câmeras e sem fazer cara feia.
Em resumo, vamos fazer uma retrospectiva da noite. Foi uma delícia! Gente legal, conversa animada, garçon educado, boa comida e vista linda.
Agora, se me perguntam se quero voltar, a primeira coisa que me vem a cabeça é: hum… aquele lugar onde a recepcionista “prefere” que eu espere em pé, desconfortável e sem consumir, do que ter o trabalho horroroso de levar os clientes para a mesa. E se eu levar mais gente, o que significa uma conta mais alta, é pior e terei menos escolha.
É… acho que não.
Oi Bianca
Li esta historia aqui no Tribunal para algumas pessoas que estavam na sala e todos deram muita risada. Isso na verdade tira o tesão de voltar num lugar assim. Restaurantes que demoram para atender ou mesmo para trazer o prato eu não volto mais. São Paulo tem muuuuitas outras opções, não preciso sofrer duas vezes no mesmo lugar, vou variando a irritação, hahaha.
Beijos
Marianne
Hahahah realmente isso aqui é demaisssss , nao dá pra brasileiro nenhum se acostumar com o “tratamento vip” dos lugares!!!
Besoss e como dizem aqui : “ajo y agua” 😛
Oi, Marianne!
São Paulo é até covardia, né? Vamos combinar, o melhor serviço do mundo! Aliás, hoje jantamos no Rubayatt, acho que foi saudades do serviço paulista… heheheheh…
Besitos
Oi, Didis!
Chica, você que é “da área” me ajude a testemunhar, tô mentindo? Tô exagerando? heheheheh… tem que rir!
Besitos
Menina,
Você só errou na frase “Não mate o mensageiro”.
Deve se matar o mensageiro, sim. Historicamente sempre se fez isso, com muitos bons resultados.
Beijos,
…hehehehe… olha quem apareceu! 😛 Pois é, tô boazinha, fui condescendente.
Besitos
Nossa, tive um troço quando li o post… Com minha mistura hormonal mortífera, eu já tinha dado cabo da hostess… 🙂
Pois é menina, isso é Espanha. A gente acaba aprendendo a ter um pouco mais de paciência, ou nos aborreceremos a cada saída. Procurando bem, mas muito bem mesmo, a gente acha lugares diferentes, entretanto essa é a média; na verdade, é melhor do que a média.
No dia seguinte, fomos correndo ao Rubaiyat, para lembrar como era bom ser bem atendido! Vai que me acostumo? Eu, hein!
hehehehehe… aproveite o lado bom da sua mistura hormonal! Tudo bem que deve te enlouquecer, mas pelo menos você tem o pretexto ideal para poder tudo! Eu adoraria assistir uma super grávida encarando a hostess! Faria até torcida para você! 😛
Besitos
Nossaaaa que coisa mais doida essa regra desse restaurante! Nunca vi isso na minha vida, afe! Eu nao voltaria também, onde já se viu nao disponibilizar a mesa, que já estava reservada, pras pessoas? Eu ainda colocaria uma reclamaçaozinha….só rindo mesmo, como vc fez!
Pois é, Suz, e não foi privilégio só deles. Na semana passada, fomos ao TGI Friday’s da Gran Vía e foi a mesma coisa. O indivíduo da porta não queria nos deixar sentar até estar TODO o grupo de 10 pessoas no local. É mole?
Outra vez, éramos convidados, mas pergunta se volto lá?
Besitos