Está difícil tirar o Caminho de Santiago da cabeça. Não sei que raio tem nesse lugar que me puxa dessa maneira! Passo o dia calculando rotas, fazendo analogias e agora já comecei a ver conchas de vieira em tudo que é canto!
Eu mudo quando sei que vou para lá e mudo porque sinto que vou voltar. Sempre fico me enganando que dessa vez vou para curtir, relaxar, desfrutar o caminho. Quando também sei que ninguém volta impune. E mesmo assim, preciso ir.
Os planos foram adiantados, parto dia 10 de maio, com um amigo do Brasil, calouro no Caminho. O que também não importa muito, considerando que tudo é sempre diferente. A experiência ajuda no conhecimento dos próprios limites, mas ninguém passa por ali igual todas às vezes.
Eu hoje caminho na chuva como uma coisa normal, porque é natural. Não entendo como antes tinha tanto medo de me molhar. É só água. No ano passado, quebrei duas vezes os dedinhos do pé, coisa que nunca havia acontecido. No primeiro, andava devagar, mas andava do mesmo jeito; no segundo, pulei carnaval. É só dor. E antes de enfrentar uma situação difícil, penso que já andei 40 km seguidos, molhada, com frio e sem haver dormido na noite anterior. É só uma fração de tempo e que passa.
Tudo passa.
E meu caminho já começou.
É isso ai Bi, o universo conspira …
Beijosss