No caminho para Plaza Paja, em la latina, tem um bar que gosto muito. Ele oferece umas mesas do lado de fora, encostadas no muro de pedra da Igreja de San Izidro. Na frente das mesas há uma calçada larga por onde passa muita gente.
Além de ir com Luiz, também levei uns dois ou três hóspedes ali. Depois de caminhar pelo centro, é um bom ponto para sentar, descansar um pouco e aproveitar o intervalo para um pipizinho básico em um banheiro limpo. Enquanto isso, fazer o que? Tomar uma cava para refrescar e, se a cozinha estiver aberta, comer umas tapas.
Todas as vezes que vou lá, tem sempre um homem que vai de boné, óculos escuros, umas revistas e sua cachorrinha. Ele mesmo a gente não nota tanto, mas a cachorrinha faz o maior sucesso. É uma puggy muito sociável que senta na cadeira igual gente. Muitas pessoas que passam gostam de cumprimentá-la.
Nos dias mais movimentados, há músicos que param e fazem suas apresentações. Sempre demos sorte e foi um instrumento clássico, tocando jazz ou bossa nova. Podia ser bem pior, na frente do Palácio Real, costuma ser acordeon tocando Macarena. Da última vez, tinha uma mocinha muito simpática que tocava flauta e nos apresentou uma música do maestro “xopim”. Só entendi de quem era quando iniciou “Garota de Ipanema”.
Mas o mais interessante é olhar o pessoal passar na calçada. Também é daqueles lugares onde a gente senta um do lado do outro, olhando para rua. Ninguém quer ficar de costas. Ao Admirar as pessoas, francamente, não soube como categorizar seus estilos de se vestir. O estilo mais preciso que encontrei é o “estilo esquisito”. Como tem esquisito! Passa um mocinho com sapato azul turquesa de bico fino, mocinha com chapéu cor-de-rosa e aplique de flor, cintos metálicos localizados embaixo da bunda (tá segurando o que?), cortes de cabelos estapafúrdios… o difícil é achar alguém normal.
Em uma das vezes, estava com Luiz e desceu um grupo de uns quinze esquisitos juntos. Assim, de uma vez só, em bando. Não tive dúvidas: Luiz, acho que aí embaixo tem uma reunião daqueles grupos de auto ajuda! Ficamos rindo e inventando nomes para a reunião do dia – “Sou esquisito, é daí?”, “Estranho, porém feliz”… Não demorou muito, desceu outro bando. Acho que era a outra sessão que iniciava em 20 minutos!
Na hora de ir embora, depois de reparar e rir de um monte de gente, me olhei bem e cheguei a conclusão que a esquisitinha deveria ser eu. Quem sabe se eu correresse conseguisse pegar também a próxima sessão!