XXVI – Aulas de Espanhol

Cansei de falar igual turista! Finalmente, resolvi e tive tempo de entrar em um curso de espanhol. Não há mais problema algum para falar na rua, mas queria fazer uma pós graduação ano que vem, e já me imaginou escrevendo textos com “nóis vai, nóis foi”! Não dá, né? 

Pesquisei e acabei optando pelo curso da Universidade Complutense, que é a maior aqui de Madri. É super bem recomendado. São todos os dias da semana, três horas por dia, de outubro a dezembro. No primeiro dia de aula, é realizado um teste para saber em que nível você está e se dividir as turmas. O limite mínimo de idade é de dezesseis anos (ui!). 

No primeiro dia, havia cerca de 150 alunos em um auditório para a abertura do curso e a divisão dos grupos a serem testados. Apavorada com o limite mínimo de idade, dei aquela olhada geral para ter uma idéia da faixa etária. Não estava tão mal. Definitivamente, a maior parte tinha mais de vinte anos. Infelizmente, não muito mais. 

Por outro lado, eu não era a mais velha. Acho que era, pelo menos, a 5a mais velha… dos 150! Tudo bem, enquanto não me chamarem de Mrs. Robinson, tá bom! 

Atrás de mim, aquela conversinha pós-adolescente: meu namorado atual… ah, nós não estamos mais juntos, mas nos tornamos grandes amigos… Putz! Ninguém merece! Como elas falavam em inglês, fiquei na esperança que fossem muito básicas e não caíssem na minha turma. Passei para o curso avançado, aparentemente, alguém acha que falo melhor do que acredito. 

No caminho de volta fui me sentindo assim, um pouco antiga. Peguei o metrô. A faculdade é longe da minha casa e não dá para ir a pé. Quando terminei de me sentar, tinha o casaco amarrado na cintura e ficou um pouco incômodo. Levantei para tirá-lo bem no momento que o metrô andou, claro! O maquinista devia estar de sacanagem só esperando para me derrubar. 

Saí catando cavaco uns três metros, até conseguir me segurar. Um senhor tentou me ajudar, quando falou mujer!. Olha, e eu achando que eles só diziam hombre!. 

Bom, me sentei outra vez e dei aquela verificada se havia me machucado, mas estava tudo ok. Foi quando percebi que ali havia uma mensagem divina! Olha que bom que eu tinha mais de trinta anos! Se eu tivesse vinte, naquele momento estaria morta de vergonha! Se houvesse um menino bonitinho no vagão, então? No dia seguinte eu mudaria meu horário ou me disfarçaria com enormes óculos escuros!  

Com trinta e cinco, eu não estava nem aí! Minha única preocupação eram meus joelhos! Pode?

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