…se a loja do El Corte Inglés se reproduz à noite, quem será seu parceiro? Na minha opinião, só pode ser o Museo del Jamón! De vez em quando, ele dá uma escapadinha e também se relaciona com a Zara, outra espécie muito fértil!
Numa cidade onde se cultua a boa (e calórica) comida, faz todo sentido do mundo haver um museu do presunto! O Museo del Jamón é uma cadeia de bares/restaurantes muito popular que, como o próprio nome denuncia, é especializada em jamón. Seu preço é bem razoável e sua decoração inconfundível! São vários presuntos crus espanhóis pendurados ao teto. Quando digo vários, quero dizer centenas!
O jamón é outra instituição por aqui! O espanhol adora e come mesmo com frequência. Entretanto, não é tão barato, como muita gente imagina. É preciso entender também sua classificação e não pagar gato por lebre ao comprar. Essa classificação é extensa, mas vou falar só do básico.
Há o jamón serrano, que é mais comum e muito bom; o jamón ibérico é de qualidade superior e, portanto, mais caro que o serrano. O ibérico é proveniente de uma raça específica de porcos, de capa negra, que possuem como característica a capacidade de acumular gordura embaixo da pele e infiltrá-la em seus músculos. Outro fator importante que os diferencia é serem criados livres no campo, e não confinados nem com alimentação forçada. Digamos assim, são porquinhos felizes.
Ainda falando dos ibéricos, eles são subdivididos em “de recebo” ou “de bellota”. A diferença está em quanta alimentação provém exclusivamente dos pastos ou é complementada com ração. Os ibéricos de bellota possuem a alimentação mais natural e são os melhores.
Essa questão da alimentação natural e de serem criados livres não é simplesmente ecológica. Interfere diretamente no sabor do jamón e, consequentemente, no seu preço.
Conclusão: nesse momento, os judeus ortodoxos devem me odiar e me deu fome outra vez. Vou comer jamón!