Meu espanhol de rua, aos poucos vai melhorando. Acho muito divertido o falar cantado das pessoas e presto atenção nos assuntos alheios como se fossem música. Entender é muito fácil, já falar… falo, mas fico sempre na dúvida se estou falando certo ou inventando algumas palavras. O famoso “portunhol”.
E já que toquei no assunto música, como as músicas são cafonas! Cassilda! E todo mundo conhece as letras, canta junto, um mico compartilhado! Entretanto, depois de um tempo, o cafona é tão cafona que vira trash e me divirto! Agora também canto tudo!
Comecei a perceber que algumas palavras são muito mais faladas que outras. Há três palavrinhas fundamentais: joder, claro e vale. Sem elas, o castellano não existe!
Joder, pronunciado “rôder”, quer dizer “foder” mesmo! Acontece que aqui perdeu seu status de palavrão e virou uma palavra corriqueira. É mais ou menos como o “puta” do paulista ou o “porra” do carioca, se converteu em “vírgula” e ninguém mais nota seu real significado. Homens, mulheres, velhinhas, crianças… todos falam. Joder!
Claro, é igual ao nosso. A diferença é só no sotaque, dando mais ênfase na segunda sílaba. Acredito que ele seja tão usado como o nosso “é” ou o “huhum”. Afinal de contas, se uma pessoa está falando com você, é importante frisar que você está acompanhando, claro!
Agora, o campeão é o vale! Vale, pronunciado “bale”, serve para tudo, é um bom-bril usado em diversas situações. Pode ser uma afirmação, exclamação ou interrogação. Funciona como: “é?”, “sim!”, “hein?”, “tem certeza?”, “ok”, “certo?” etc. Posso escrever uma página de sentidos para vale.
Com essas três palavras, você fala espanhol como um nativo! Está em casa! Pode negar, afirmar, exclamar, perguntar… o que quiser! Vale? Claro, joder!