IV – Onde jantar?

Passada a sonolência inicial, a curiosidade e a fome falaram mais alto. A fome, principalmente, falava bem alto no meu estômago! Sou uma gulosa, uma Magali! E ainda por cima, quando estou com fome meu humor é deveras alterado! Mas passa nos primeiros 15 segundos que sento à mesa do restaurante. Resolvemos sair para jantar. 

Antes de mudarmos, Luiz passou meses indo e voltando entre Atlanta e Madri. De todos os restaurantes e bares que ia na cidade, me ligava dizendo que eu iria adorar aquele lugar… como era a decoração… o que ele estava comendo… enfim, acho que era a forma dele se sentir acompanhado enquanto fazia uma refeição. Ele detesta comer sozinho! 

Por isso imaginei que, ao chegar, ele teria uma lista completa de locais onde pre-ci-sa-va me levar. E fiz a pergunta de onde iríamos, quase de maneira retórica, só para saber em qual dos trocentos lugares interessantes citados ele me levaria naquela noite. 

Ele me olhou com a tradicional expressão de interrogação e achei que ele estivesse brincando. Após alguns segundos franzindo a testa, no que parecia um esforço sobre humano, de repente seu rosto se animou: Ah! Tem um japonês bonitinho na Castellana! 

Eu queria matá-lo! Juro! 

Nada contra restaurantes japoneses, pelo contrário, mas na minha primeira noite como moradora madrileña, após meses e meses de expectativa, eu queria, no mínimo, uma paella… tapas… chorizos… qualquer coisa espanhola, né? 

Bom, depois do meu também tradicional incomensurável bico e conhecendo o risco de me deixar com fome muito tempo, ele se lembrou de um restaurante bem pequeno próximo ao Palácio Real, que tinha no máximo uma meia dúzia de mesas. Apesar da localização, não era muito frequentado por turistas. O problema é que ele não tinha certeza como chegar. Tudo bem, arriscamos. 

Chegar… chegamos, mas estava fechado não me lembro porque. No caminho, prevenida e faminta, gostei de um restaurante e examinei o cardápio. Quando encontramos o primeiro fechado, já tinha o “plano B”. Comemos bem e em um restaurante bem espanhol!  

Valeu pelo passeio ao Palácio Real, lindo à noite! Lembrava-me dele menor, não estou segura, mas acredito que haviam obras em sua frente na minha visita anterior a Madri. 

A primeira viagem internacional juntos que eu e Luiz fizemos foi a Madri, acredito que uns oito ou nove anos antes de mudarmos. Claro que não tínhamos a menor idéia do que nos esperava, mas ficamos com a vontade de morar na cidade em algum momento. Cuidado com o que desejas… 

A propósito, semanas depois, quando não aguentava mais comida com paprika e com o estômago desarranjado, fomos finalmente ao tal restaurante japonês bonitinho. Era realmente bonitinho e com uma ótima comida! Mas tudo tem seu tempo.

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