Todo idioma, ou pelo menos todos que conheço, possuem algumas expressões coloquiais, sem grandes significados, utilizadas apenas para ganhar tempo para pensar ou iniciar uma frase.
Por exemplo, no Rio tem o “olha só”. Os cariocas começam suas frases assim: … olha só, você vai fazer isso mesmo… e por aí vai. Os paulistas costumam perguntar, olha só o que? Você não está me mostrando nada! Mas há a revanche carioca, pois os paulistas iniciam suas frases com o famoso “então”. Então o que, se você não estava falando nada!
O americano começa com o “well” ou “so”, mas em inglês todo mundo acha bonitinho.
Pois os madrileños também tem sua expressão que não significa porcaria nenhuma, é o famoso “pues nada”, cuja tradução literal acredito ser dispensável. Na prática, funciona como um “nada demais”.
Acho engraçado quando você atende um telefone e fala, diga ou dígame, e a pessoa do outro lado responde, pues nada. A pergunta seria: se não é nada, por que raios você está me ligando? E ainda há a variação “pues… entonces… nada”. Caramba, isso é que é falta de assunto, hein?
Mais divertido ainda é depois da pessoa dizer que não era nada, começar a falar sem parar naquela velocidade espanhola! Aparentemente, o nada aqui rende uma longa conversa!
Olha só, e por que estou contando isso? Então, pues nada…