No início de 2006, entrou em vigor uma lei super-hiper-polêmica que regula a comercialização e o consumo de fumo no país.
O cigarro mata cerca de 50 mil pessoas na Espanha por ano. Mas claro, como todo viciado, é difícil enxergar o mal que faz a si mesmo e aos demais. Portanto, isso vem causando uma série de debates acalorados que, para quem já está muito mais avançado nessa discussão, chega a ser cômico.
Na rua escuto absurdos, como pessoas dizendo que casais vão se separar porque se um dos dois não for fumante não terão mais lugares para ir juntos; que isso é coisa para o governo arrecadar mais impostos (como se a venda de cigarro não tivesse nenhum imposto); que todo comércio vai falir; que é só o início para o gorverno tirar a liberdade das pessoas etc.
Não sou a favor da proibição do fumo, por menos que goste dele, mas acredito na sua utilização de maneira civilizada e respeitando o nariz alheio. Nada como o bom senso de ambas as partes.
A lei não é tão rígida como fazem acreditar os fumantes, na verdade é até bem branda. Proíbe o fumo em locais de trabalho, quando não for ao ar livre. Em relação a bares e restaurantes, nos menores que 92 m2, o estabelecimento pode eleger se permitirá ou não o fumo, e a maioria quase absoluta optou por permitir. Nos locais maiores que 92 m2, pode haver uma área de fumantes, desde que seja separada e não ocupe mais que 30% do espaço total. Nas escolas e faculdades está proibido fumar nas salas de aula. Nos aeroportos há espaços separados para os fumantes. Convenhamos, muito razoável!
Ainda é cedo para saber o quanto trará de resultado, o quanto as pessoas realmente respeitarão a lei, mas ao menos é um começo e meus pulmões agradecem.