Encontramos outro lugar para bater cartão na noite madrileña. Foi indicado por um casal de amigos brasileiros que gostamos muito.
É verdade que o nome nos foi dado como “el jungo”, “el jungle” ou algo assim, em frente à estação Alonso Martinez. Foi divertido ouvir o Luiz pronunciar esses nomes com vários sotaques diferentes para o motorista de taxi que o escutava como quem escutava grego. No fim chegamos e o nome é “El Junco”, pronunciado el runco.
É um bar com música ao vivo, normalmente jazz ou algo do gênero. Após o show, entra o DJ com repertório variado, que inclui músicas brasileiras, algumas que nunca ouvi antes, mas me soam familiares. O lugar tem um jeitão underground com o público meio alternativo, apesar de se encontrar quase todas as tribos. Como todos os bons lugares de madri é esfumaçadérrimo, mas isso não tem como fugir. O jeito é tomar um whiskão, soltar a franga e relaxar.
E o principal: a música é realmente ótima! Sei que parece exagero, mas encontrar boa música na noite aqui não é tarefa simples. Eu já abstraí, como já contei antes, danço e canto as tais músicas basura amarradona, porém não resta dúvida que o ouvido continua agradecendo algo de qualidade.
O DJ nem sempre é o mesmo, mas todos são bons, apesar de serem meio estranhos. Da última vez, juro que o cidadão tinha a maior cara de açougueiro! Passei a chamá-lo de “the butcher”. Nunca iria acreditar se o conhecesse durante o dia e ele me dissesse que era DJ, no máximo seria um padeiro portuga, com aquelas costeletas à moda antiga.
O importante é que quando vamos ao El Junco estamos acompanhados de amigos legais e acho que isso também influencia muito. Tem vezes que chego super cansada, achando que não vou dar conta, daí bebo um pouquinho, converso um pouquinho e quando percebo estou alucinada dançando até de manhã. Foi de lá que saímos uma vez famintos e desesperados por um hamburguer. Isso é uma realidade em Madri, os lugares para dançar nunca servem absolutamente nada para comer, só bebida.
Outra vantagem do lugar é que é razoavelmente perto de casa. Dá para caminhar na volta quando não achamos taxi ou o metrô ainda não voltou a funcionar. Acho até bom vir pelo caminho tomando um ar fresco. Quer dizer, eu e o casal de amigos que costuma voltar conosco, porque Luiz costuma reclamar que é longe.
No dia seguinte, sempre tenho um pouco de ressaca de cigarro alheio e tenho que por a roupa para lavar correndo. Mas quer saber, também sempre acho que valeu à pena.